Cidades

Óculos simulam efeito de embriaguez ao volante

Mais de 300 estudantes da UnB participaram da simulação nesta terça (16/5). Eles puderam diferenciar os efeitos do álcool e de drogas ilegais no organismo

Paula Pires - Especial para o Correio
postado em 16/05/2017 21:40
Mais de 300 estudantes da UnB participaram da simulação nesta terça (16/5).  Eles puderam diferenciar os efeitos do álcool e de drogas ilegais no organismo
Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito da capital federal, mais de 300 estudantes da Universidade de Brasília (UnB) fizeram uma simulação, por meio dos óculos DrunkBuster, para testar os efeitos de drogas e álcool no organismo, ação que faz parte do movimento Maio Amarelo.

No teste, a pessoa coloca os óculos e anda sobre uma linha curva em um percurso de seis metros. Ao parar, o instrutor pede ao aluno para levantar a mão esquerda e, com o dedo indicador, acertar a ponta de uma caneta a três palmos de distância. No fim, ela deveria jogar uma bolinha de papel em uma cesta no chão, a meio metro de distância.

Os alunos puderam diferenciar os efeitos do álcool, da maconha e de drogas ilegais no organismo. O Departamento de Trânsito (Detran-DF) disponibilizou quatro tipos de óculos: para uso diurno, que simula índice de alcoolemia entre 0.08 e 0.15; noturno, com índices que variam entre 0.06 e 0.08; para simulação dos efeitos da maconha; e o que reproduz outras drogas ilegais.
O estudante do terceiro semestre de agronomia Márcio Antônio Kuhn, 18 anos, aprovou o teste. ;Perdi toda a minha coordenação motora ao usar os óculos. E tirei um ensinamento: não tem como ficar firme ao volante bêbado;, resumiu.
Márcio Antônio Kuhn, estudante de agronomia: %u201CPerdi toda a minha coordenação motora ao usar os óculos

Segundo Thiago Moreira, gerente de ações educativas do Detran-DF, com os óculos são alteradas as percepções de distância e de velocidade. "Assim, a pessoa não consegue seguir sobre a linha curva, passando a andar ziguezagueando, além de perder tempo de resposta a estímulos banais", complementou.

Mas a situação no DF revela que muitos motoristas continuam sem respeitar a regra básica de não beber ao dirigir. De acordo com Thiago Moreira, houve um aumento de 54% de motoristas flagrados por embriaguez ao volante neste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. ;Foram flagrados 4.449 casos de motoristas que dirigiam bêbados nos quatro primeiros meses de 2016. Neste ano, foram pegos 6.864 motoristas nesse mesmo período;, afirmou.
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Com relação a motoristas mulheres, Tiago comentou que houve um crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. ;No primeiro quadrimestre do ano passado, foram flagradas 388 mulheres. Nos quatro primeiros meses deste ano, o número subiu para 486;, disse.

A estudante do primeiro período de educação física Kelly Pasaoni, 29, confessou que já dirigiu alcoolizada, mas se arrepende disso. "Hoje, tenho consciência maior e não repetiria esse erro novamente. No teste, perdi a exata noção da minha reação motora", disse.

[SAIBAMAIS]Para o coordenador Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru-UnB), Pastor Taco, a intenção destas ações do Maio Amarelo é colocar em pauta o tema segurança viária e mobilizar toda a sociedade. ;Com esse simples teste dos óculos, as pessoas perceberam o que significa dirigir bêbado e todas as desvantagens;, avaliou.

O movimento Maio Amarelo conta com uma agenda positiva com a proposta de debater a segurança viária. Nesta quarta (17), haverá uma pedalada na UnB para ensinar a motoristas que a distância mínima permitida entre carros e bicicletas é de 1,5m.

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