postado em 18/05/2017 11:57
O Distrito Federal virou alvo de uma operação da Polícia Federal contra a pornografia infantil na internet. A ação dos agentes no DF e em 18 estados aconteceu nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (18/5), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Cerca de 370 policiais cumprem 93 mandados de busca e apreensão, além de duas prisões preventivas e uma condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor). No Distrito Federal, não houve prisões. Foram executados dois mandados de busca e apreensão e a condução coercitiva. A ação foi batizada de Operação Cabrera.
De acordo com a Polícia Federal, a investigação reuniu informações e alvos de investigações de várias unidades da corporação no país, por meio de redes sociais, e-mails e aplicativos de mensagens e vídeos. A partir dos dados, o objetivo foi reprimir o compartilhamento e a posse de imagens de pornografia infantil na internet.
A operação é unificada e coordenada pela Unidade de Repressão aos Crimes de Ódio e Pornografia Infantil da Polícia Federal (Urcop). Os investigados vão responder pelos crimes de posse e compartilhamento de arquivos de pornografia infantil. As penas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Código Penal Brasileiro variam de 1 a 6 anos de reclusão.
Estupro de crianças e adolescentes no DF
Na edição desta quinta-feira (18/5), o Correio mostrou que, de janeiro a abril deste ano, do total de 274 vítimas de estupro no Distrito Federal, 158 são crianças e adolescentes ; isso corresponde a 58% dos casos e à média de mais de um ataque sexual por dia. No mesmo período do ano passado, 232 pessoas sofreram a violência. Dessas, 149 tinham até 17 anos, o equivalente a 64%.
Segundo o subsecretário de Gestão da Informação da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social, Marcelo Durante, pesquisa realizada semestralmente nas escolas públicas do DF revela que 45% dessas instituições identificam sinais de violência doméstica nos alunos. ;Um ator que poderia ser central nesse processo da rede de proteção são as escolas, as famílias e o Conselho Tutelar. Por exemplo: o que as escolas fazem quando identificam um aluno nessa situação? Chamam o Conselho Tutelar? Vão até a casa dessas famílias? Porque o caso de estupro não é de um dia para o outro. O processo vai avançando até se chegar ao abuso;, explicou.
Segundo Marcelo, na maior parte dos casos, os agressores sexuais são próximos das vítimas e os ataques acontecem em casa. ;É um ambiente em que a polícia não tem uma gestão em cima. A polícia vai colocar um policial para cada residência no DF verificando o que está acontecendo dentro? Não tem condição;, reforçou.