Lucas Fadul - Especial para o Correio
postado em 19/05/2017 06:00
Dez anos se passaram desde que a AgroBrasília teve início para ser vitrine tecnológica do setor agropecuário. O resultado dessa caminhada está refletido no volume de negócios concretizados, ao longo da década, e na expectativa da organização da feira de que sejam movimentados R$ 650 milhões em 2017. Fora o aspecto econômico, contudo, a edição deste ano toca em tema sensível a produtores rurais do Centro-Oeste e de outras regiões do Brasil: a questão hídrica. O evento começou terça-feira, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, na área rural de Planaltina, e termina amanhã.
Edson Martins Bispo, 34 anos, veio de Minas Gerais para acompanhar as novidades do setor agropecuário e melhorar os resultados de sua propriedade. Produtor de leite, ele elogia a ascensão da feira no cenário nacional. ;Ela está crescendo. A cada ano, são muitas inovações. Vi a apresentação do gado e estou decidindo se levo uns dois;, comentou.
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A estrutura montada a 60km do Plano Piloto conta com exposições de 430 empresas e espera receber quase 100 mil visitantes nos cinco dias de evento. ;A AgroBrasília nada mais é que o reflexo dessa região para o agronegócio;, explica o coordenador-geral da feira, Ronaldo Triacca. Para ele, o Planalto Central é uma das localidades do país com maior potencial de ampliação da produtividade atualmente.
Desde que foi inaugurada, a feira agropecuária anual tem influenciado diretamente a eficiência e o sucesso de produtores do Distrito Federal, assegura Triacca. ;Assim como a feira cresceu em produção, o DF também cresceu em torno de 22%;, ressaltou ele, produtor rural.
Variedades de soja
Com um estande exclusivo na AgroBrasília, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participa da feira desde 2007. Nesse ano, ela leva ao evento diversas inovações tecnológicas para incrementar a produtividade de cultivadores e criadores. ;Temos aqui duas novas variedades de soja que já crescem no centrão;, apontou Rogério Novais Teixeira, 54 anos, analista da Embrapa Produtos e Mercado.
Rogério explicou que as variedades são feitas com materiais precoces, de modo a encurtar o ciclo da soja e permitir o cultivo de outros alimentos. ;A gente conta aqui com apoio da Emater-DF, que é quem transfere a nossa tecnologia ao produtor;, lembrou. ;O agricultor, sendo usuário dessa tecnologia, a transfere à sociedade;, completou.
Crise hídrica
Em tempos de racionamento de água no DF, a edição de 2017 da AgroBrasília apostou em tema relevante aos produtores rurais da região central do Brasil. A programação reservou para ontem uma série de palestras sobre gestão hídrica. Os painéis coordenados por professores serviram para introduzir técnicas rurais que melhorem o aproveitamento da água nas propriedades.
Uma das palestrantes, Mirta Petry, especialista em engenharia de água e solo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), falou sobre algumas soluções para os produtores sobreviverem a uma crise hídrica. ;A gente recomenda trabalhar com métodos combinados, ou seja, ter uma medição das condições meteorológicas e, ao mesmo tempo, ter sensores de monitoramento da umidade do solo.;
AgroBrasília
; Até sábado
; PAD-DF, BR-251, Km5
; Entrada franca