Gláucia Chaves
postado em 21/05/2017 11:57
A crise política vivida pelo Brasil nos últimos dias após a delação do empresário da JBS Joesley Batista contra o presidente Michel Temer (PMDB) instigou manifestações pela capital. Várias estavam marcadas para começar às 10h. As concentrações serão no Museu Nacional e na Rodoviário do Plano Piloto.
Por volta das 10h, segundo informações da Polícia Militar, o trânsito na Esplanada dos Ministérios estava normal. Duas horas mais tarde, ao meio dia, cerca de 250 pessoas ocupam o espaço em volta do Museu da República. O protesto é pacífico e, segundo a PM, foi encerrado por volta das 12h30.
No Facebook, quase 4 mil pessoas estavam confirmadas na manifestação antes das 10h, enquanto outras cerca de 7 mil marcaram interesse no evento. No mesmo horário, no Twitter, o termo Vai Ter Impeachment entrou para o trending topics (assuntos mais comentados) e já contabilizava mais de 50,5 mil menções. As principais demandas, de acordo com os manifestantes, é a renúncia ou impeachment de Temer. Os participantes também querem a convocação de eleições diretas e impedir a aprovação das Reformas Trabalhista e da Previdência.
Nas noites de quarta (17/5) e quinta-feira (18/5), os manifestantes se reuniram em frente ao Palácio do Planalto em reação às delações que implicam o presidente Michel Temer na Lava-Jato. Na quinta, o grupo, de ao menos 1,5 mil pessoas, ocupou todas as faixas do Eixo Monumental e marchou em direção ao Palácio do Planalto.
A sexta-feira (19/5) também teve manifestações. Também de acordo com informações da PM, cerca de 1,5 mil pessoas protestaram na Praça dos Três Poderes e seguiram para o Palácio do Planalto. Houve tumulto entre policiais e manifestantes. As grades de proteção do Palácio do Planalto foram derrubadas e a polícia militar reagiu com spray de pimenta para afastar os participantes. Segundo a PM, alguns manifestantes jogaram pedras e garrafas na corporação. A cavalaria militar foi convocada para reforçar a segurança. O protesto se encerrou por volta das 21h30.
Esquema de segurança
A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social divulgou que a segurança na Esplanada em dias de protesto terá revistas e delimitação máxima da área da manifestação: os atos só poderão acontecer da Catedral à Alameda dos Estados, em frente ao Congresso Nacional. As regras estão de acordo com o Protocolo Tático Operacional, firmado por 48 órgãos dos governos local e federal e por representantes do Congresso Nacional. A ideia é garantir a segurança da população em manifestações na área central da cidade.
As revistas serão feitas pela Polícia Militar do DF. Segundo a pasta, os cordões de revista ficarão próximos aos ministérios e à Catedral. A fiscalização será feita especialmente no começo dos protestos, assim que os participantes chegarem à Esplanada dos Ministérios. Hastes de bandeiras, garrafas de vidros, madeiras, objetos cortantes ou perfurantes estão entre os principais ítens proibidos.
Qualquer manifestação que ocorrer na área central da capital será monitorada, em tempo real, pelos órgãos de segurança. As imagens serão enviadas para a Central Integrada de Multiagências, na sede da Segurança Pública e da Paz Social.
Trânsito durante as manifestações
O trânsito será monitorado e organizado por um esquema especial de segurança, feito com a participação de órgãos locais e federais de segurança pública, inteligência e defesa. O protocolo estabelece ainda quais as responsabilidades e competências de cada órgão antes, durante e após os atos de grande adesão na Esplanada.
A previsão para hoje é que as vias não sejam totalmente interditadas, mas a decisão vai depender de como os protestos se encaminharão ao longo do dia. Para a quarta-feira (24/5), dia em que estão previstos novos protestos, as vias S1 e N1 serão fechadas da altura da Catedral até a L4 Sul. O horário de início da interdição ainda não foi definido pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do DF. As opções para passar pela área central de Brasília serão as vias S2 e N2, localizadas atrás dos ministérios.