postado em 23/05/2017 15:00
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDF) condenou o Hospital Santa Helena a pagar R$ 400 mil por danos morais a paciente que ficou em estado vegetativo e mais R$ 150 mil aos familiares. O homem, portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA), foi internado para colocar uma sonda no estômago e, depois do procedimento, recebeu o tratamento errado. Cabe recurso da decisão.
Em dezembro de 2010, de acordo com a sentença, o homem sofreu complicações e ficou em estado vegetativo por conta de uma troca na aplicação de soros no hospital. De acordo com o relato dos familiares, a cirurgia correu bem e o médico responsável prescreveu a aplicação de soro fisiológico, mas a técnica de enfermagem de plantão do hospital aplicou soro glicosado 50%.
Outro técnico de enfermagem percebeu que o medicamento não era o prescrito. No entanto, como a primeira bolsa de soro já havia sido aplicada, optou por aplicar uma segunda bolsa do medicamento errado - descumprindo, mais uma vez, as recomendações prescritas pelo médico.
Um dia após a cirurgia, o paciente sofreu convulsões e entrou em coma hiperglicêmico. A consequência, de acordo com a família, foi uma hemorragia cerebral e internação de 30 dias na UTI: ele tornou-se diabético e entrou em estado vegetativo. O homem morreu antes da conclusão do processo judicial.
O hospital, por sua vez, garantiu que não houve liberação de soro glicosado pela farmácia do hospital e que, ainda que tivesse havido a troca na aplicação de soros, não seria o suficiente para causar diabetes e as convulsões alegadas pelos familiares. O juiz titular da 24; Vara Cível de Brasília, contudo, defende que, por não ter sido alimentado (o paciente foi mantido unicamente com soro), a glicose para acarretar hiperglicemia ;só pode ter sido ministrada pelo soro;.