Cidades

Sete dos 10 presos na Panatenaico entram com pedido de revogação da prisão

Só ainda não requereram a liberdade provisória o ex-governador Agnelo Queiroz (PT); o suspeito de ser operador dele, Jorge Luiz Salomão; e o ex-secretário da Copa, Francisco Cláudio Monteiro

Isa Stacciarini
postado em 26/05/2017 06:00
Dos 10 presos na Operação Panatenaico, sete pleiteiam sair antes do prazo de cinco dias estabelecidos pela prisão temporária, que termina sábado. A defesa da maioria dos investigados entrou com pedido de revogação da prisão na 10; Vara Federal. Só ainda não requereram a liberdade provisória até a tarde de ontem o ex-governador Agnelo Queiroz (PT); o suspeito de ser operador dele, Jorge Luiz Salomão; e o ex-secretário da Copa, Francisco Cláudio Monteiro.
Antes de decidir se aceita solicitação dos advogados, o juiz Vallisney de Souza Oliveira pediu manifestação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. No entanto, pelo menos a PF deve rejeitar a soltura dos detidos. A titular da Delegacia de Inquéritos Especiais da Polícia Federal (Deleinque), Fernanda Costa de Oliveira, está concentrada em responder à solicitação da Justiça Federal e embasar a justificativa de os acusados seguirem detidos.

O advogado de Agnelo, Paulo Guimarães, confirmou que, até a tarde de ontem, a defesa não havia pedido a liberdade preventiva do petista. ;Nós estamos acompanhando o inquérito e esta matéria está em análise;, defendeu. Ele destacou que a família tem dado toda a assistência necessária ao ex-governador e alegou que a inocência dele será ;demonstrada nos autos;.

Já a defesa de José Roberto Arruda explicou que, embora abalado, o ex-governador está tranquilo, uma vez que ;confia nos esclarecimentos de que ele não teve participação alguma nessas irregularidades;. Segundo o advogado Paulo Emílio Catta Preta, o procedimento do magistrado em ouvir o MPF e a PF antes de decidir pela revogação ou não da prisão é comum. ;O objetivo dessa prisão é justamente garantir as investigações no momento em que há deflagração da operação, e isso já aconteceu. Por isso, não havia razões nem a necessidade de aguardar os cinco dias;, defendeu.

O advogado do ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli, Alexandre Queiroz, se limitou a dizer que ;está aguardando o resultado do trabalho; e, por isso, destacou que não vai comentar mais o caso. A defesa do ex-presidente da Novacap Nilson Martorelli, por sua vez, alegou que, quando ele ingressou na companhia, o processo licitatório da obra já havia sido iniciado e concluído. De acordo com o advogado André Carlos da Silva, Martorelli só participou de parte da execução do contrato. ;Outra questão para fins de revogação da prisão é que não há notícia nos autos de que ele tenha atrapalhado as investigações. Ele está afastado da gestão pública desde o início de 2015 e não tem influência com ninguém na estrutura do GDF para esconder documentos ou qualquer coisa relacionada a esse processo;, ressaltou.

A advogada da ex-presidente da Terracap Maruska Lima de Souza Holanda, Bianca Alvarenga Gonçalves, preferiu não se manifestar. A defesa de Sérgio Lúcio Silva de Andrade, apontado como interlocutor de Arruda, alegou que ele é inocente, jamais obteve qualquer vantagem indevida e está pronto para colaborar com a Justiça. ;Não há nenhuma justificativa para que ele fique preso, porque já sofreu todas as medidas necessárias para colheita de todas as provas, não criou nenhuma dificuldade em ser localizado, foi feita busca e apreensão na casa dele e todas as informações foram prestadas;, afirmou o advogado Edson Smaniotto.

A assessoria de imprensa da Via Engenharia, de propriedade de Fernando Márcio Queiroz, se limitou a dizer que a ;empresa ainda analisa o teor da delação para, então, se pronunciar;. O Correio não conseguiu localizar os advogados de Cláudio Monteiro, de Jorge Luiz Salomão e de Afrânio Roberto de Souza Filho, também apontado como operador financeiro de Filippelli.

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