Gabriela Vinhal
postado em 28/05/2017 18:00
O pequeno Lucca, de apenas 1 ano e meio, luta contra o tempo para que uma bactéria hospitalar multirresistente tire completamente sua visão. Na falta de tratamento adequado no Brasil, a mãe dele, Liege Dias, 40, tem esperança de que o garotinho receba a ajuda necessária em outros países, como Estados Unidos e Alemanha. No entanto, são necessários quase R$ 300 mil. Para conseguir a quantia e tentar proporcionar ao filho melhor qualidade de vida, a psicóloga criou uma campanha de financiamento coletivo na internet.
Nascido com menos de oito meses de gestação, gêmeo de Caio, Lucca precisou ficar internado em uma UTI neonatal. Ainda no hospital, foi diagnosticado com a infecção, que resistiu aos antibióticos e estendeu a internação a quatro meses no hospital. Caio também foi contaminado, mas sua recuperação foi bem-sucedida.
À época, os médicos disseram que Lucca poderia ficar com sequelas. "Eles não sabiam me dizer especificamente quais, porque dependia do desenvolvimento dele", conta Liege. Com o tempo, os prejuízos se revelaram. O menino apresentou problemas de fala, linguagem, visão e sustentação do tronco para sentar, engatinhar ou ficar em pé.
Atualmente, ele faz fisioterapia, terapia ocupacional, estimulação precoce e vai começar a hidroestimulação. Contudo, os danos à visão não puderam ser revertidos, o que tornou imprescindível o tratamento fora do país. Segundo exames recentes, o bebê enxerga apenas minimamente com o olho esquerdo. "Essa é a nossa única chance de fazer com que ele volte a enxergar. Os olhos dele são perfeitos, mas a bactéria foi tão intensa que danificou o tecido cerebral que comanda a visão", explica Liege.
Com o incentivo de uma amiga, Liege decidiu criar a vaquina on-line: "O sentimento de impotência é inevitável. Eu estava muito chateada com tudo isso, e essa seria a última saída para ele conseguir se recuperar".
Ela precisa arrecadar o dinheiro até 25 de agosto, data em que se encerra o recebimento das contribuições. Liege explica que, assim, terá tempo de organizar a viagem e iniciar o tratamento enquanto a recuperação é viável. Segundo ela, pesquisas mostram que os danos se tornam irreversíveis dois anos após a lesão, ou seja, Lucca deve iniciar sua recuperação antes de seu próximo aniversário, em 21 de dezembro. "Só com o nosso tratamento alternativo eu já o vejo melhorar. Isso me enche de esperança e me motiva a seguir adiante", conta a mãe.