Otávio Augusto
postado em 05/06/2017 18:55
A última semana da campanha de vacinação contra a gripe deve movimentar os postos de saúde da capital federal. Apesar de a secretaria ter liberado a imunização de toda população, a maior preocupação é relacionada ao público infantil. Quase 90 mil crianças ainda não receberam a proteção.
Das 184.047 crianças esperadas durante a campanha, apenas 98.044 compareceram ; 53% do público alvo. ;É importante vacinar esse público para se evitar complicações;, explica a diretora de Vigilância Epidemiológica, Heloisa Araújo. As gestantes, as mulheres que deram à luz em menos de 45 dias e os profissionais de saúde também não atingiram a meta.
A população de gestantes soma 33.541 e, dessas, 20.260 tomaram a vacina. Das 5.514 mulheres que deram à luz até 45 dias, somente 3.408 foram imunizadas. No caso dos profissionais de saúde, apenas 69.456, de um total de 98.547, compareceram às salas de vacinação.
A busca pelas doses foi intensa durante toda a segunda-feira (5/6). Diferente das últimas semanas da campanha, houve filas, tempo de espera e até quem saiu sem ser imunizado por falta de doses ; Asa Norte, Guará, Estrutural, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Ceilândia, Taguatinga e Park Way tiveram postos com estoque zerado. Até hoje, 572 mil pessoas se vacinaram no DF.
[SAIBAMAIS] Ana Flor Lima de Oliveira, 8 anos, foi uma delas. Por volta das 16h30, ela tomou a vacina no Centro de Saúde n;14 do Cruzeiro. A mãe dela, a professora Sabrina Almeida de Oliveira, 26, costuma pagar pela dose, mas este ano foi diferente. ;Eu economizei;, brinca, mas não tira a seriedade do assunto: ;Vacinar-se é importante para si e para a saúde coletiva;, recomenda.
A capital registrou duas mortes e 298 internações por gripe neste ano. Para não entrar na estatística, o estudante Victor Hugo Santana, 20 anos, já se vacinou. ;Eu enfrentei uma fila de 30 minutos. Muita gente estava procurando o posto de saúde;, conta. Ele não faz parte do público-alvo, mas também aproveitou a ação do governo.
A vacina distribuída na rede pública protege contra três tipos de vírus, incluindo o H1N1. Este ano, o Ministério da Saúde liberou a vacinação para toda a população devido à baixa procura do público prioritário, como idosos, crianças e gestantes. A medida foi anunciada na sexta-feira (2/6), mas somente a partir desta segunda (5/6) passou a valer.
A Secretaria de Saúde do DF reconhece que as doses podem acabar antes do fim da semana. ;Quando o indivíduo é vacinado, os agravos da gripe reduzem de 40 a 70%;, explica o subsecretário de Vigilância à Saúde, Marcos Quito.
Faltaram doses
Nem todos conseguiram ser imunizados. É o caso de Danilo Alves, 8 anos. A mãe dele, a dona de casa Soraia Alves, 34, levou o pequeno no centro de saúde, mas as doses tinham acabado. ;Eu me vacinei no começo da campanha por estar grávida. Vou tentar a imunização dele amanhã;, ressalta a moradora do Cruzeiro.
Ceilândia, Paranoá, São Sebastião e Itapoã registram as maiores procuras, segundo a Secretaria de Saúde. Na Asa Sul, Guará, Lago Sul, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo 1 e 2 e Park Way, os estoques estão quase zerados. ;A vacinação será feita de acordo com a disponibilidade das doses;, afirma a diretora de Vigilância Epidemiológica, Heloisa Araújo.
Pelo menos 422 pessoas passaram pelo Centro de Saúde n; 14 do Cruzeiro. Os números são parciais, mas já mostram a expressividade da procura. ;Ao longo da campanha não houve um dia que atingimos esse público;, frisa a gerente da unidade, Sandra Duarte Nobre Mauche.
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