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Câmeras de segurança de hospital onde bebê foi sequestrado não funcionam

O quarto onde estava internada o recém-nascido raptado nesta terça-feira (6/5), no Hran, tem uma câmera de segurança instalada, mas não captou o momento do crime por falta de sistema operacional

Otávio Augusto, Diego Borges/Especial para o Diário de Pernambuco
postado em 06/06/2017 16:46

O quarto onde estava internada a recém-nascida raptada nesta terça-feira (6/5), no Hran, tem uma câmera de segurança instalada, mas não captou o momento do crime por falta de sistema operacional

O andar onde estava internado o bebê sequestrado nesta terça-feira (6/5), no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), tem seis câmeras de segurança instaladas. No entanto, os equipamentos não contam com sistema de gravação e não flagraram o momento em que o recém-nascido foi levada. O processo de licitação para a aquisição do software que gravaria as imagens foi suspenso pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF). Nenhuma das 28 câmeras da unidade funciona, de acordo com a própria secretaria.

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As informações foram repassadas por representantes da Secretaria de Saúde do DF durante coletiva de imprensa sobre o caso. Das 28 câmeras espalhadas pela unidade, seis estão no segundo andar, de onde o bebê foi levado. Como praxe, antes de adentrar o hospital, os visitantes são identificados na portaria central, sendo obrigados a apresentar documento com foto. Segundo a pasta, não há possibilidade de a suposta sequestradora ter passado pela segurança do hospital despercebida ou fora do horário de visitação.

[SAIBAMAIS] A mãe da criança raptada tem 19 anos e já havia recebido alta do Hran. Apesar disso, O recém-nascido, um menino, continuava internado. Policiais militares foram acionados às 14h42, para apurar a denúncia.

Mãe e filho estavam em um alojamento conjunto, onde havia vários outros bebês. O sumiço da criança foi percebido por volta do meio-dia desta terça-feira. No momento, acontecia um dia de beleza para as mães do andar onde ela estava. Segundo a Secretaria de Saúde, a mãe fazia uma escova no cabelo e quando retornou aos aposentos notou a ausência do filho.

Policiais fizeram buscas no Hran, mas não tiveram sucesso. A criança nasceu em 25 de maio, em uma unidade básica de saúde na Estrutural e havia sido transferida para o Hran por motivos de saúde. Ela estava internada há 12 dias no hospital. Segundo testemunhas, o menino foi raptada ainda com o acesso veneso.

De acordo com dados da ocorrência, a suspeita é uma mulher loura, que carregava duas bolsas: uma azul e uma cinza. O bebê foi levado do segundo andar do prédio, onde funciona a enfermaria.

O clima no hospital é de insegurança. Há pelo menos três versões diferentes para o desaparecimento, mas a unidade de saúde ainda não confirma nenhuma delas. Várias pessoas se aglomeram em frente ao hospital para saber mais informações.

O conselheiro tutelar da Estrutural, Djalma Nascimento, acompanha a situação desde o pré-natal da criança. ;A família é muito humilde. O pai do bebê está desempregado. A mãe estava empolgada em poder levar a criança para casa;, contou. Há indícios, segundo Djalma, que Sara tenha transtornos mentais. ;No início do pré-natal ela chegou a dizer que tinha 14 anos;, detalha.

Caso Pedrinho

O seguestro do bebê na Asa Norte ocorre 15 anos depois do rapto do menino Pedrinho, caso mais famoso do Brasil. Desde o seu desfecho, em 2002, quando policiais de Brasília descobriram o paradeiro do garoto, em Goiânia, ele ganhou as capas de jornais e de revistas, inspirou novela, foi tema de documentários e de um livro.

O drama da família de Pedrinho começou em 1986, na maternidade do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, e só acabou 16 anos depois. Disfarçada de enfermeira, Vilma Martins Costa chegou ao quarto onde a mãe de Pedrinho se recuperava do parto e roubou o bebê. Só foi encontrado anos depois, em 2002.

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