Cidades

Mulher acusada de sequestro de recém-nascido no Hran usava barriga falsa

Segundo a corporação, a mulher já havia tido um aborto em 2015, aos três meses de gestação. As investigações apontam que ela conseguiu entrar no Hran com nome falso, dizendo que visitaria um parente internado

Isa Stacciarini
postado em 07/06/2017 17:05
Gessiana em imagem publicada em rede social em novembro do ano passadoGesianna de Oliveira Alencar, 25 anos, acusada de sequestrar um recém-nascido de 12 dias no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), chegou a usar uma barriga falsa para enganar parentes e amigos sobre a gravidez. A informação foi dada pelo diretor adjunto da Divisão de Repressão a Sequestro (DRS), Paulo Renato Fayão, na tarde desta quarta-feira (7/6). Segundo a corporação, a mulher já havia tido um aborto em 2015, aos três meses de gestação. As investigações apontam que ela conseguiu entrar no Hran com nome falso de "Juliana", para visitar um suposto parente internado, e teria saído da unidade de saúde com a criança dentro de uma bolsa de maternidade.
De acordo com as investigações, três testemunhas foram identificadas. Elas não viram a ação da autora, mas acharam a presença dela estranha no interior do hospital. Eles contaram para a polícia as características físicas da moça, e isso ajudou na hora da identificação a partir do cadastro na portaria. Segundo registros, ela entrou no lugar às 7h, e teria saído por volta das 12h. "Se houve acesso pontualmente dessa pessoa, teve falha na segurança", disse o diretor.
Na última sexta-feira (2/6), ela já estava na maternidade, fazendo perguntas e transitanto pelo ambiente. Quando questionada sobre o motivo de estar ali, ela contava que tinha muita curiosidade e entrava nos quartos alegando que estava visitando primas. A acusada já tinha como expectativa pegar uma criança do sexo masculino, segundo a investigação.

Família enganada

Segundo uma parente de Gesianna, ela teria enganado os familiares dizendo que estava grávida. "Ela dizia que fez pré-natal em um posto de saúde, mas não mostrava os exames", relatou a pessoa, que não quis se identificar. A declaração foi feita em frente à DRS, momentos após a prisão da suspeita. De acordo com Fayão, a suspeita queria cuidar do filho como se fosse dela. Nas redes sociais, ela postava fotos da susposta gravidez. "A participação da família foi de total colaboração com PCDF e decisiva na localização da autuada e do recém-nascido", afirmou o delegado.
[SAIBAMAIS]A equipe policial localizou a jovem por volta das 9h desta manhã, e a encontrou com os familiares em uma casa na QE 38, no Guará. Ela será autuada por subtração de incapaz, com dolo específico de colocação em família substituta. A pena pode variar de dois a seis anos de prisão. Apesar de ser ex-estudante de enfermagem, as investigações ainda não apontam qualquer relação dela com hospitais da rede pública ou privada. Também não foram encontrados qualquer elementos que indiquem participação do marido nem de qualquer familiar, entretanto, segundo o diretor, nenhuma hipótese está descartada neste momento. Ela estava casada há dois anos, e passará por avaliação de psiquiatras.

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