Cidades

Família de acusada pretende doar enxoval para mãe que teve filho raptado

Gesianna de Oliveira Alencar é acusada de roubar um neném de 12 dias do ambulatório do Hran. Advogada da mulher falou ao Correio sobre a possibilidade de familiares doarem o enxoval que ajudaram a montar

Luiz Calcagno
postado em 08/06/2017 15:17
A polícia encontrou o bebê e o devolveu à mãe um dia após o sequestro
A família de Gesianna de Oliveira Alencar, acusada de roubar um bebê no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), pretende doar todos os pertences e fraldas adquiridas durante os meses em que a mulher disse estar grávida para a verdadeira mãe do bebê Jhony Júnior. Quem afirma é a advogada de Gesianna, Leda Rodrigues Rincon. Ela entrou com um pedido de liberdade provisória para a cliente no início da tarde desta quinta-feira (8/6).

;Se for de comum acordo, a defesa de Gesianna não vê nenhum problema na doação. Até porque sabemos que eles precisam e ainda não há uma destinação para esses pertences;, explicou a defensora. Ela espera que o pedido de liberdade provisória seja acatado até esta sexta (9). ;O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ainda vai dar vista, mas o promotor da audiência de custódia também pediu a liberdade provisória;, destacou.

[SAIBAMAIS]Ainda de acordo com Leda Rincon, Gesianna não precisaria estar presa, mas, sim, internada. ;Vou conversar com a família sobre a possibilidade de internação em uma clínica psiquiátrica. Ela não está vivendo na realidade e precisa de tratamento. Chegou a perguntar, pela manhã, onde estava o seu bebê;, contou. A audiência de custódia aconteceu na manhã de hoje e a acusada segue presa no Departamento de Polícia Especializada (DPE).

Embora a defesa e o MP tenham pedido a liberdade provisória da acusada, o juiz Aragonê Nunes Fernandes optou por converter a prisão em flagrante em preventiva, sob o argumento de que ;a gravidade do caso (;) fragiliza a sociedade, em especial, os usuários do sistema público de saúde, e aqueles que se aproximam do momento do nascimento de seus filhos. Esse cenário recomenda, neste momento, a custódia cautelar, como forma de garantir a ordem pública;, afirmou.

Pobreza

Sara Maria da Silva, 18 anos, mora em um barraco no Setor de Chácaras Santa Luzia, na Estrutural. Como muitos moradores da região, tira parte de seu sustento coletando material reciclado em um aterro irregular conhecido como Lixinho. Em um bom dia de trabalho, catadores ganham até R$ 24. A jovem mora ao lado da sogra, em uma casa de pedaços de compensados reaproveitados e telha de amianto. A porta da rua, improvisada em MDF, não chega a cobrir o batente.

O Correio Braziliense está recebendo doações de roupa, leite, fraldas e outros itens de necessidade infantil para Jhony. Os produtos devem ser deixados na portaria da sede do jornal, no Setor de Indústrias Gráficas, Quadra 2, número 340, Edifício Edilson Vilela. O material será enviado à família do bebê.

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