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Inverno começa no Hemisfério Sul: seca no DF deve agravar crise hídrica

O Centro-Oeste deve ser intensamente afetado com a baixa umidade relativa do ar. O Distrito Federal, que já enfrenta racionamento, terá temperaturas médias acima do normal, principalmente entre agosto e setembro

Jacqueline Saraiva
postado em 21/06/2017 08:05
Nesta quarta-feira (21/6), os termômetros registraram a média de 14°C durante a madrugada
O inverno no Hemisfério Sul começou nesta quarta-feira (21/6) à 1h24. Segundo o Prognóstico Climático de Inverno do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estação será marcada por um período menos chuvoso nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e na maior parte do Norte do Brasil. A chegada de massas de ar frio também caracterizam o período. Procedentes do Sul do continente, elas devem derrubar as temperaturas. O inverno segue até 22 de setembro, às 17h02, com a chegada da primavera.

Os meteorologistas afirmam que mesmo que haja confirmação do El Niño, ele será de baixa intensidade, já que as chances de ocorrência do fenômeno diminuíram no último mês. O inverno no país deve provocar geadas no Sul, Sudeste e em Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e de planalto no Sul do país; e friagem em Rondônia, no Acre e sul do Amazonas.

Temperaturas caem no Distrito Federal nos próximos dias: temperaturas médias acima do normal, principalmente entre agosto e setembro, devem castigar a capital

[SAIBAMAIS]Já enfrentando o período seco, o Centro-Oeste deve ser intensamente afetado com a baixa umidade relativa do ar. Segundo o Inmet, a previsão é de que o índice fique abaixo dos 30% nos próximos meses, com picos de umidade abaixo de 20%. A situação do Distrito Federal será complicada, já que as chuvas devem ficar entre normal e abaixo da média no inverno. A capital federal, que já enfrenta racionamento de água, terá mais dificuldade quanto ao abastecimento, já que o período de seca será acompanhado de temperaturas médias acima do normal, principalmente entre agosto e setembro, com a permanência de massas de ar quente e seco na região. O governo do DF não descarta aumentar os dias de racionamento de água.

Nesta quarta-feira (21/6), os termômetros registraram a média de 14;C durante a madrugada, mas em algumas regiões do DF houve o registro de temperaturas ainda mais baixas, como na Ponte Alta do Gama, onde o Inmet registrou 10,5;C, e em Planaltina, com 13,5;C. A temperatura máxima, nas horas mais quentes dia, não devem ultrapassar os 26;C, de acordo com o Inmet. A umidade varia entre 90% e 30%. A tendência é de que a chegada de parte de uma massa de ar frio mais úmida no Distrito Federal deve aumentar um pouco o índice nos próximos dias, mas não muito. Entre a quinta-feira (22/6) e a sexta-feira (23/6), a umidade relativa do ar deve ficar em 24% em média.

Outras regiões

No Sudeste, o tempo seco também marcará a estação, especialmente em Minas Gerais. Segundo o Inmet, as chuvas devem permanecer dentro do esperado para o período, exceto em São Paulo e no sul do Rio de Janeiro, que podem ter chuvas acima do esperado. Os termômetros deve ficar acima da média, mas massas de ar frio podem provocar queda acentuada de temperatura e formação de geada em alguns pontos da região.

O outono trouxe chuvas acima da média para a região Sul do país, com volume máximo registrado no noroeste do Rio Grande do Sul. Na segunda quinzena de abril, houve intenso resfriamento, com temperaturas abaixo de zero. O Paraná, Santa Catarina e o nordeste do Rio Grande do Sul devem ter chuvas acima da média, diz o Inmet. Frentes frias vão contribuir para as variações de temperatura ao longo dos próximos três meses, mas que vão se manter de normal a abaixo da média, favorecendo as geadas, que devem ser menos intensas do que no ano passado, segundo o Prognóstico de Inverno do Inmet.

No Norte do Brasil, a previsão é de permanência de chuvas variando de normal a abaixo do esperado, segundo a meteorologia, com exceção do nordeste de Roraima e o centro-norte do Pará. A possibilidade de ocorrência de temperaturas médias abaixo do normal favorece a incidência de friagem, principalmente no sul do Amazonas, Acre e de Rondônia. O Inmet pede atenção quanto às ocorrências de queimadas e incêndios florestais em todos os estados da região.

O leste do Nordeste foi marcado por chuvas com maior intensidade durante o outono, especialmente em Pernambuco, Alagoas, Sergipe e parte da Bahia. A estação chuvosa na região segue até agosto, favorecendo a ocorrência de chuvas que podem ultrapassar o volume de 100 milímetros em um único dia. A avaliação do Inmet é de que haverá, no entanto, predomínio de áreas com maior probabilidade de chuvas dentro da faixa normal ou levemente abaixo do esperado para a estação. No interior da região começa o período seco, com temperaturas altas e baixos índices de umidade relativa.

Impactos do inverno

A formação de nevoeiros e/ou névoa úmida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem causar impactos em estradas e aeroportos no país. A ocorrência dos fenômenos reduzem a visibilidade nas pistas principalmente no período da manhã. Com a menor incidência de chuvas e a consequente queda da umidade relativa do ar, o inverno vai favorecer o aumento de queimadas e incêndios florestais. Neste período crescem também as ocorrências de doenças respiratórias.

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