Cidades

Protagonista da saúde, Hospital de Base teve seu auge na década de 1980

No ano passado, a principal unidade médica da capital federal atendeu 93 mil casos de emergência

Otávio Augusto
postado em 25/06/2017 11:05

No ano passado, a principal unidade médica da capital federal atendeu 93 mil casos de emergência

A ideia original ; quando ainda se chamava Hospital Distrital ; era ser um pronto-socorro. Mas a assistência médica, segundo o projeto elaborado em 1960, passou a ser oferecida pelo, já então nomeado, Hospital de Base, além dos hospitais regionais, hospitais rurais, unidades satélites e colônias hospitalares. Ao todo, seriam 29 hospitais no DF, inaugurados na medida do crescimento da população.

No plano elaborado pelo médico Bandeira de Mello, era nítida a separação entre as áreas de ação dos órgãos executivos e normativos. A rotatividade dos pacientes, reduzindo a permanência hospitalar, seria um das características mais fortes da rede brasiliense. Além do protagonismo do Hospital de Base, como o mais importante, Mello pregava outras diretrizes, como a distribuição de centros de saúde e hospitais por grupos populacionais e o pagamento dos médicos por produtividade.

No ano passado, a principal unidade médica da capital federal atendeu 93 mil casos de emergência

O Base em números

No ano passado, a principal unidade médica da capital federal atendeu 93 mil casos de emergência

232 MIL atendimentos ambulatoriais em 2016

827 médicos atendem no Hospital de Base

93 MIL socorros de emergência no ano passado

4,2 MIL cirurgias eletivas em 2016

670 leitos de internação

8 MIL operações de emergência no ano passado

Criação de instituto pode ser ampliada para outros hospitais

O texto que cria o Instituto Hospital de Base ; um conselho de 11 pessoas para gerir a unidade médica de forma indireta ; deve ser publicado daqui a alguns dias, sem vetos do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). A proposta, segundo o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, pode ser ampliada para outros hospitais, mas ele acredita que, até o fim de 2018, dificilmente será implantada em outra unidade.

Apesar disso, ele defende que o modelo é uma alternativa para solucionar as mazelas da saúde pública da capital federal. ;Com a implantação no Hospital de Base, veremos qual modelo funcionará melhor. Acredito que podemos fazer mais com os mesmos recursos. Teremos a oportunidade de comparar os modelos de administração e ver qual está trazendo mais benefício para a cidade;, destacou, em entrevista coletiva, na última semana.

Atualmente, 100 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) estão fechados, há falta de medicamentos e insumos, carência de investimentos em aparelhos, além da falta de profissionais. Apesar da mudança no modelo de administração, os recursos continuarão os mesmos: R$ 550 milhões por ano.

Em 2000, reforma administrativa extinguiu Fundação Hospitalar

Em agosto de 2000, o então governador do DF, Joaquim Roriz, anunciou uma reforma administrativa. Ele extinguiu seis secretarias e privatizou quatro empresas estatais. Além disso, as Fundações Educacional e Hospitalar, executoras das políticas públicas em seus setores, perderam a condição de fundações e tiveram suas funções absorvidas pelas respectivas secretarias de Estado. As fundações eram responsáveis por compras e contratações, enquanto as secretarias faziam a regulamentação das áreas.

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