Carina Ávila - Especial para o Correio
postado em 25/06/2017 17:46
Após um pouco mais de duas horas de concentração na Alameda das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional, os participantes da 20; Parada do Orgulho LGBTS de Brasília começaram a se deslocar, por volta das 17h15 de domingo (25/6), pelo Eixo Monumental. Eles partiram rumo ao Palácio do Buriti, local, segundo a Polícia Militar, programado para o encerramento da manifestação.
No começo da passeata, o público já havia crescido e era estimado pela Polícia Militar em cerca de 5 mil pessoas. No entanto, a quantidade de gente crescia rapidamente, e era possível ver um grande número de pessoas deixando a Rodoviária para se juntar à manifestação.
[SAIBAMAIS]Munidos de cartazes, bandeiras com as cores do arco-íris e muitos sorrisos, os participantes seguem o trio elétrico, que toca músicas de artistas pop como Lady Gaga, Anitta, Beyoncé e Shakira. Enquanto alguns optaram por mensagens mais políticas, relacionadas ao tema da parada deste ano ; ;Religião não se impõe. Cidadania se respeita;, em defesa do Estado laico ;, outros optaram por combater estereótipos e até reivindicar o retorno de programas de tevê.
Em um mesmo grupo de amigos, por exemplo, os cartazes portados iam de "#Renova Sense8", em referência à série da Netflix recentemente cancelada, a "Sou bi e não estou confusa". Muitos também portam mensagens pedindo a saída do presidente Michel Temer, a exemplo do que aconteceu na parada de São Paulo, no domingo passado (18/6).
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Lei anti-homofobia
Esta Parada LGBTS têm um sabor especial para os movimentos organizados do Distrito Federal. Além de ser a 20; edição e mostrar um crescimento estrondoso (a primeira, há 20 anos, reuniu cerca de 200 pessoas), ocorre dois dias depois de o governador Rodrigo Rollemberg regulamentar a lei que criminaliza a homofobia no Distrito Federal, apesar das pressões da bancada religiosa na Cãmara Legislativa, contrária à medida.
Para os participantes, no entanto, a lei não significa o fim dos problemas ou da necessidade de lutar. "A lei que criminaliza a homofobia é um marco. Mas assinar um papel é muito fácil. Agora, essa lei precisa ser efetivada. Esperamos que essa lei realmente dê frutos e que a situação melhore de fato. Muitos avanços ainda precisam ser feitos. Que esse marco seja sinal de verdadeiras melhoras para a população LGBT", afirmou a assessora parlamentar Rita Rabello, 54 anos, nascida no Rio de Janeiro e moradora de Brasília há mais de 20 anos.
Ela disse temer que a decisão de Rollemberg seja apenas uma forma de melhorar sua imagem, acrescentou. No evento com quatro amigas, Rita calcula que esta deve ser a 10; parada da qual participa.