postado em 27/06/2017 17:24
O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) denunciou o homem acusado de matar a esposa em Luziânia (GO), em março deste ano. Ivo Mendes do Nascimento, 28 anos, estava casado com a dentista Nathália Verônica de Macedo havia oito anos. Após uma discussão, Ivo matou a companheira asfixiada e forjou uma cena de suicídio da vítima. A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) investigou o caso por três meses e o apresentou aos promotores do MP, que decidiu pelo indiciamento do acusado por homicídio qualificado.
[SAIBAMAIS]Os promotores de justiça Julimar Alexandro da Silva e Jean Cléber Zamperlini sustentaram a denúncia com base em quatro qualificadores: motivo fútil, emprego de asfixia, impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio. Nathália foi encontrada com um fio elétrico em volta do pescoço, sentada no chão da varanda do apartamento onde morava com o marido.
Investigações
O assassinato aconteceu enquanto o filho de 1 ano do casal e o outro filho de casamento anterior de Ivo, um menino de 11 anos, estavam no apartamento. O homem pediu aos dois que fossem para a garagem do prédio para ter tempo de modificar a cena do crime. Em seguida, Ivo trancou o imóvel, jogou a chave em um contêiner de lixo e levou as crianças para a casa da avó materna.
Depois, Ivo fugiu com o filho de um ano. A Polícia Civil solicitou a restrição do veículo do acusado e emitiu um mandado de prisão temporária contra ele. O homem foi preso durante uma blitz realizada em Santa Catarina. Após a conclusão da existência de homicídio qualificado, a prisão foi convertida em preventiva.com
O delegado titular da 1; Delegacia de Polícia de Luziânia, Fabiano Medeiros, ficou responsável pela investigação do caso. Ele conta que, com base nas análises da cena do crime, Ivo imobilizou a vítima com o joelho, enquanto a enforcava. "Não seria a primeira vez. Descobrimos que ele já tentou sufocar a ex-mulher, mãe do outro filho dele, de 11 anos. Também soubemos que, em 2009, deu uma joelhada no rosto da irmã, a ponto de quase quebrar o nariz dela", diz.
Fabiano também afirma que as versões apresentadas por Ivo não condiziam com as provas coletadas pelos policiais. "Ele inventou um quebra-cabeças. Nos contou que saiu para procurar a esposa, mas, pelas câmeras de segurança, vimos que ele mentiu. Ele ainda conversou com a irmã dela pelo telefone, se fazendo passar por Nathália. Depois, passou na casa do primo da vítima para buscá-lo, porque ele não poderia encontrar o corpo sozinho", explica. De acordo com o delegado, o crime aconteceu por volta da meia-noite. Ivo só voltou ao local, com o primo de Nathália, por volta das 8h.
Depoimentos
Cerca de 25 pessoas prestaram depoimento a respeito do caso. Fabiano acrescenta que observou sinais de ganância e uma "fissura por dinheiro fora do normal". "Ele queria ostentar uma vida que não tinha. Um dos motivos do qual suspeitmos [para o cometimento do crime] foi o sumiço de um dinheiro do pai da Nathália. Ela o teria pressionado a entregar e ameaçou termianr o relacionamento. Eles começaram a brigar e, aí, o crime aconteceu", relata o delegado. A versão do Ministério Público de Goiás, no entanto, apontou que Nathália teria descoberto relacionamentos extraconjugais de Ivo. O denunciado a abordou de surpresa e a asfixiou até matá-la.
Ivo permanece preso na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Luziânia até que a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) seja liberada.