Cidades

"Nunca imaginei que estaria transportando uma sequestradora", diz taxista

João Batista transportou a mulher com o bebê do Conic até a 114 Sul. Ela é suspeita de raptar uma bebê de três meses

Thiago Soares
postado em 29/06/2017 16:20

O taxista que transportou a mulher suspeita de sequestrar um bebê de 3 meses nesta quinta-feira (29/6), em uma clínica de exame admissional na região central de Brasília, relatou ao Correio que, ao longo da viagem, a mulher não aparentou nervosismo. "Em nenhum momento pensei que ela não poderia ser mãe daquela criança", relata João Batista, 44 anos. A sequestradora embarcou no táxi por volta das 10h30, com a criança, e seguiu até a 114 Sul.

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João relatou que estava no ponto de táxi há ao menos 30 minutos. Quando chegou a vez na fila de espera, a mulher entrou com a criança no colo no banco de trás do veículo. Ela pediu para o profissional seguir a viagem até a 208 Sul, mas, no meio do percusso, mudou o destino final. "Ela disse que havia confundido o endereço. Depois de olhar o celular, informou que encontraria o filho na 114 Sul", lembra.

Durante o percurso, a mulher apenas relatou que morava no Recanto das Emas, mas que não seguiria para cidade de táxi. A criança estava calma. "Parecia que estava dormindo", relata João. Quando chegou ao destino final, o taxista ainda indagou a mulher onde estaria o filho que ela esperava na 114 Sul. "Ela apenas disse que ele estava esperando em um local próximo."

João ficou sabendo que teria transportado uma suspeita de sequestro depois que colegas taxistas entraram em contato com ele, falando sobre o caso. Nunca imaginei que estaria transportando uma sequestradora", disse. "É algo triste pensar que alguém é capaz de sequestrar uma criança. Tomara que a polícia encontre logo esse bebê. Eu, que sou pai, imagino a preocupação dessa família e o tamanho desespero deles", completa.

Sequestro

A criança de 3 meses foi raptada por volta das 10h30 desta quinta-feira (29/6), em uma clínica de exame admissional localizada no Conic, na região central de Brasília. A mãe teria deixado a filha aos cuidados de uma mulher enquanto era atendida. Segundo ela contou à polícia, quando voltou para buscar a menina, não viu mais nem a mulher que ofereceu ajuda nem a criança.

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O circuito de vigilância do local gravou o momento em que a suposta sequestradora saía do prédio com o bebê. As cenas mostram mãe e suspeita chegando ao prédio e, depois, a suspeita saindo com a criança no colo. Segundo a PM, graças às imagens e à descrição, foi possível chegar à identidade de uma mulher, tratada agora como suspeita. Baseados nessas informações, os policiais tentam encontrá-la e recuperar a criança.

Aproximação

Uma cunhada da mãe disse ao Correio que a suspeita se apresentou a ela alguns dias atrás em um posto de saúde em Sobradinho. Na ocasião, prometeu emprego à mulher. Por conta dessa promessa, as duas teriam ido à clínica. A movimentação de policiais e curiosos era grande em frente ao Edifício Boullevard, onde fica o estabelecimento.

O caso é investigado pela Delegacia de Repressão ao Sequestro (DRS). A professora Olídia Aparecida Gomes de Sousa, 38 anos, que buscou atendimento na unidade na tarde desta quinta-feira (29/6), conta que os policiais a orientaram de voltar num outro momento. "Eles falaram que agora estão empenhados em solucionar o sequestro do bebê", comenta a moradora de Ceilândia. O irmão dela, Mário Luciano Gomes de Sousa, 40 anos, está desaparecido desde 12 de junho.

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