Cidades

Justiça determina que 50% da frota de ônibus e metrô circule nesta sexta

Rodoviários e metroviários são algumas das categorias que prometeram cruzar os braços nesta sexta-feira, em protesto contra a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência. Metrô-DF adiantou que, por medida de segurança, os trens não circularão na sexta-feira

Fernando Jordão - Especial para o Correio
postado em 29/06/2017 17:34
Passageiros sobem em ônibus na Rodoviária do Plano Piloto

A Justiça determinou que as empresas de transporte público (ônibus e metrô) mantenham ao menos 50% de suas frotas circulando durante a greve geral marcada para esta sexta-feira (30/6). A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF).
[SAIBAMAIS] A liminar foi concedida pela juíza Indiara Arruda de Almeida Serra, da 8; Vara de Fazenda Pública do DF. Ela justifica a decisão avaliando que o protesto tem base legal, mas que é necessário garantir a prestação de seviços indispensáveis à coletividade, como é o caso do transporte público.

Mais cedo, o juiz Renato Borelli, da 20; Vara Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal, havia determinado que as empresas mantivessem ao menos 30% da frota em circulação, sob risco de punição com multa de R$ 2 milhões. Tal decisão foi tomada após a União Federal entrar com uma ação contra os sindicatos dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Terrestres de Passageiros Urbanos, Interestaduais, Especiais, Escolares, Turismo e de Carga do DF (Sittrater-DF) e dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do DF (Sindmetrô-DF).
No entanto, a Secretaria de Mobilidade do DF esclareceu que a liminar obtida pela PGDF se sobrepõe a esta decisão. Ou seja, com base nas determinações judiciais, espera-se que 50% das frotas de ônibus e metrô estejam nas ruas ao longo desta sexta-feira. Apesar das decisões judiciais, o Metrô-DF informou que os trens não circularão na sexta-feira por medida de segurança.
Vans piratas ocuparam as baias dos ônibus na Rodoviária do Plano Piloto durante a última greve geral, em 28 de abril
Rodoviários e metroviários são algumas das categorias que prometeram cruzar os braços nesta sexta-feira, em protesto contra a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência. A previsão era de que os serviços fossem interrompidos por 24 horas, entre a meia-noite de sexta e a meia-noite de sábado.

Confira outras categorias que devem aderir à greve:

Bancários
Por meio de um comunicado, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Brasília (SEEBB-DF) informou que vai aderir à greve. A categoria realizará uma assembleia na noite de hoje para ratificar a decisão.
Professores
Segundo o diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Cláudio Antunes, não haverá aulas nas escolas públicas do Distrito Federal na sexta-feira. O sindicato tem mobilizado os professores a se reunirem pelo período da manhã, na Praça do Relógio, em Taguatinga, onde será realizado um ato em favor do movimento. Além das pautas nacionais, como o protesto contra as reformas trabalhistas e da Previdência, o Sinpro-DF defende mais investimentos para a educação.
Saúde
A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, confirmou a participação do sindicato na greve, mas informou que só irão parar em setores não-emergenciais. Centros cirúrgicos de emergência, UTIs e internações não param. O presidente do SindMédico (Sindicato dos Médicos do Distrito Federal), Gutemberg Fialho, informou que ainda haverá uma reunião para definir se os médicos participarão da greve.
Correios
Os trabalhadores dos Correios também foram convocados para participar da greve. O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintec-DF) convocou uma assembleia na quinta-feira (29/6), às 18 horas, em frente ao edifício sede dos Correios, para deflagrar a paralisação.
CEB e Caesb
O Sindicato dos Urbanitários convocou os trabalhadores da CEB para definir se a categoria vai aderir ao movimento. A definição ocorrerá em reunião que será realizada às 9h desta quarta-feira (28/6). O Sindágua, que atua pelos trabalhadores da Caesb, também realizará assembléia às 8h30 desta quinta-feira (29/6) para deliberar sobre o indicativo de greve da categoria.
UnB
Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília confirmou, em reunião realizada na última terça-feira (20/6), que os trabalhadores da categoria também vão participar da greve geral de sexta-feira (30/6).
Assistência social
O Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc-DF) também convocou os servidores da categoria para aderir à greve geral. O sindicato representa órgãos como a Secretaria Adjunta de Desenvolvimento Social.
Judiciário e MPU
Em assembleia realizada na tarde de segunda-feira (26/6), o Sindjus confirmou que a categoria decidiu por unanimidade pela adesão à greve. Em nota, o sindicato informou que os servidores do poder Judiciário e do MPU vão realizar um ato na Praça dos Três Poderes em defesa da justiça do trabalho e eleitoral.
Servidores federais
Em assembleia geral, em 22/6, na Esplanada dos Ministérios, os servidores públicos federais lotados no Distrito Federal decidiram também aderir à greve. Todas as autarquias do governo federal cruzarão os braços, inclusive ministérios, Incra e Funai. O ofício foi encaminhado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal (Sindsep-DF) nesta segunda-feira (26/6) ao Planejamento, informando a greve.
Vigilantes
O Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF) confirmou que também vai aderir à greve geral da próxima sexta-feira (30/6). Em diversas publicações em sua página oficial, a entidade que representa a categoria manifestou posição contrária à aprovação das reformas trabalhista e da Previdência, sob a alegação de que elas não trarão melhorias à vida dos servidores.

Segurança e trânsito

Além das paralisações de diversas categorias, em Brasília também foram convocados atos na Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar do DF deslocará 2,6 mil homens para o local, onde estima que estarão reunidos 5 mil manifestantes.
O trânsito na região central de Brasília também deve sofrer alterações. Por conta da expectativa de paralisação do transporte público, os Departamentos de Trânsito (Detran) e de Estradas e Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) decidiram liberar as faixas exclusivas da W3 Sul e Norte, Setor Policial Sul, EPTG e EPNB para o fluxo de veículos de passeio. A medida será adotada das 0h até às 23h59 desta sexta-feira.
O Eixo Monumental ficará fechado a partir da Rodoviária do Plano Piloto, em razão das manifestações agendadas. As opções são as vias N2 e S2, anexas aos ministérios. Os ministérios receberão reforço especial na parte anterior e posterior, e o comando da PMDF negocia com o Ministério da Justiça a proteção extra dos edifícios por meio da atuação de integrantes da Força Nacional.

O viaduto na pista de ligação da via S1 à N1, próximo à Catedral Metropolitana, contará com seis baias, dispostas horizontalmente no Eixo Monumental, pelas quais os manifestantes deverão passar para serem revistados. Na Avenida das Bandeiras, duas linhas de militares serão dispostas para evitar o acesso ao Congresso Nacional e à Praça dos Três Poderes.

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