Cidades

Governador sanciona lei que cria Instituto Hospital de Base

O novo modelo de gestão deve entrar em vigor em seis meses, tornando o Hospital de Base de Brasília em uma instituição pública

Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 03/07/2017 09:55
A Lei nº 1.486 foi sancionado durante cerimônia na manhã desta segunda-feira
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, sancionou, na manhã desta segunda-feira (3/7), a Lei n; 1.486, que institui o Instituto Hospital de Base. Segundo o governador, o novo modelo de gestão deve entrar em vigor em janeiro de 2018, transformando o Hospital de Base do DF em uma instituição pública sem fins lucrativos para prestação de atendimento gratuito à população.
Com o novo formato, o Hospital de Base se mantém como uma instituição pública, mas a gestão deixa de ser responsabilidade de um único diretor, passando a ser feita por um conselho presidido pelo secretário de Saúde. Segundo a nova lei, o conselho será responsável pela elaboração de um manual de contratações, um de gestão de pessoas e um de monitoramento e controle administrativo.

O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, garantiu que, mesmo com a mudança, o serviço seguirá 100% no Sistema Único de Saúde (SUS). "Entre as principais mudanças com o novo formato está a maior autonomia financeira do instituto, o que tornará mais rápida a compra de insumos e a manutenção de equipamentos", afirmou.


Entenda o caso

Em junho, a CLDF aprovou o Projeto de Lei n; 1.486/2017, que muda a gestão do Hospital de Base do DF. A ideia é que o Instituto Hospital de Base comece a funcionar no ano que vem. O projeto é do próprio GDF e cabia à Câmara discuti-lo e decidir se autorizaria ou não a criação do IHBDF. Com o instituto, o Executivo passa a administração do centro de saúde a uma entidade jurídica de direito privado. Deputados favoráveis à proposta defendem que a execusão do contrato será supervisionada pela Secretaria de Saúde e fiscalizada pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF).
O GDF também argumenta que a mudança vai dar mais celeridade às contratações e compras, sem abrir brecha para fraudes ou desperdício de dinheiro público. Em suma, a unidade continua pública, mas a gestão deixa de ser responsabilidade de um único diretor e passa a ser feita por um conselho, presidido pelo secretário de Saúde. Pelo projeto, o conselho será responsável pela elaboração de um manual de contratações, um de gestão de pessoas e um de monitoramento e controle administrativo.
Por outro lado,um dos principais argumentos da oposição é que a medida é inconstitucional. Segundo um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), baseado na Constituição Federal, a gestão da Saúde é dever intransferível do Estado e não pode ser atribuída a uma organização social ou a qualquer outro tipo de entidade.
Em novembro do ano passado, a ministra Rosa Weber anulou um edital que autorizava que as organizações sociais (OSs) administrassem as UTIs e unidades semi-intensivas dos hospitais estaduais. O GDF, porém, argumenta que o modelo pensado para o hospital não se enquadra no mesmo caso.

Além da oposição na Câmara Legislativa, sete sindicatos que representam os trabalhadores da Saúde, profissionais como médicos, enfermeiros, auxiliares, laboratoristas e odontólogos, são contra a proposta.


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