Cidades

Terceirizados de escolas e hospitais públicos do DF decidem ampliar greve

Sindicato promete paralisar serviços de limpeza e conservação das escolas públicas, hospitais, postos de saúde, UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e merenda escolar na próxima semana, caso salários atrasados não sejam pagos

Carina Ávila - Especial para o Correio
postado em 04/07/2017 21:22
Trabalhadores terceirizados de serviços de limpeza e conservação prometem dar continuidade à greve da última sexta-feira (30/6) se pagamentos não forem regularizados até o fim desta semana
Prestes a completarem, na próxima sexta-feira (7/7), dois meses sem receber salário, cerca de 900 empregados de serviços terceirizados de limpeza e conservação em escolas públicas do Plano Piloto, Guará, Planaltina, Paranoá, São Sebastião, Sobradinho e Brazlândia decidiram, na manhã desta terça-feira (4/7), ampliar a greve da última sexta (30/6). A promessa de paralisação fez com que o primeiro salário fosse pago logo após a decisão, no período da tarde. Caso o segundo pagamento não seja feito até o fim desta semana, os funcionários prometem cruzar os braços a partir da próxima segunda-feira (10/7).
Segundo o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação de Serviços e Serviços Terceirizáveis no Distrito Federal (Sindiserviços-DF), os trabalhadores estão passando por sérias dificuldades financeiras e alguns pararam de ir ao trabalho por falta de dinheiro para pagar pelo transporte. O sindicato também alega que vários profissionais estão sendo ameaçados pela empresa que os contrata, a Real JG Serviços Gerais Ltda., com o corte do ponto, caso optem por aderir ao movimento paredista.
[SAIBAMAIS] Os diretores do Sindiserviços-DF afirmam cobrar da empresa e da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal, com insistência, uma solução imediata. Mas as respostas são sempre as mesmas: a empresa coloca a culpa nas parcelas atrasadas que o governo deveria lhe pagar, e o Governo de Brasília declara que está adimplente com os empresários e que só pagará os fornecedores depois de pagar os salários dos servidores públicos.
Em resposta ao Correio, a Secretaria de Educação do DF informa que, por contrato, a pasta tem um prazo de 90 dias para quitar os pagamentos com as empresas terceirizadas. Neste sentido, o pagamento dos terceirizados às empresas contratadas está em dia. Também destaca que é função das empresas garantir o repasse dos salários e demais encargos trabalhistas dos funcionários, bem como discutir as paralisações com os funcionários. O repasse mensal feito pela secretaria aos terceirizados mensalmente é de aproximadamente R$ 38 milhões.

Educação e saúde afetadas

Além das escolas, o sindicato prevê uma greve geral nos serviços de limpeza e conservação de hospitais, postos de saúde, UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) na próxima semana. O Sindiserviços-DF diz ter formulado várias denúncias no Ministério Público do Trabalho (MPT) e na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no DF (SRTE/DF), e participado de diversas audiências públicas com os patrões e representantes das secretarias de Educação, Saúde e Planejamento do governo, em busca de uma solução que normalize os mais de dois anos de constantes atrasos no pagamento dos salários e benefícios dos terceirizados.

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