Carina Ávila - Especial para o Correio
postado em 04/07/2017 23:58
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou 13 suspeitos de terem favorecido a Cruz Vermelha de Petrópolis em um processo de licitação que escolheu a instituição para administrar Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de São Sebastião e do Recanto das Emas. O grupo é acusado de lavagem de dinheiro, peculato, dispensa de licitação e uso de documento público falso.
Dos 13 acusados, três estão detidos no Sistema Penitenciário do DF: os ex-presidentes da Cruz Vermelha filial Petrópolis, Douglas Souza De Oliveira e Richard Strauss Cordeiro Júnior, e a ex-tesoureira da Cruz Vermelha filial Petrópolis, Tatty Anna Kroker.
De acordo com a investigação, a Cruz Vermelha Brasileira foi contratada de forma ilegal, com dispensa de licitação. O Ministério Público argumenta, ainda, que a qualificação da instituição como organização social (OS) para funcionar no DF ocorreu de forma irregular, por não respeitar todos os requisitos necessários, como "meios de aferir a saúde financeira" da entidade. Os contratos investigados foram firmados em agosto de 2009, e o dinheiro que teria sido desviado chega a quase R$ 3,5 milhões.
[SAIBAMAIS]Um dos objetivos da investigação é rastrear os R$ 3,4 milhões pagos à entidade pelo GDF, em 2010, mesmo sem nenhuma prestação de serviços nas unidades de pronto-atendimento. Depois de receber a verba pública, a Cruz Vermelha repassou o montante por meio de 77 transações bancárias a pessoas físicas e jurídicas.
A Secretaria de Saúde, unilateralmente, cancelou o contrato por causa dos indícios de irregularidades. O valor total do contrato chegaria a R$ 60 milhões. A investigação está a cargo da 4; Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, da 7; Promotoria de Defesa do Patrimônio Público Social e da Delegacia de Combate aos Crimes contra o Patrimônio Público (Decap).
A Secretaria de Saúde, unilateralmente, cancelou o contrato por causa dos indícios de irregularidades. O valor total do contrato chegaria a R$ 60 milhões. A investigação está a cargo da 4; Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, da 7; Promotoria de Defesa do Patrimônio Público Social e da Delegacia de Combate aos Crimes contra o Patrimônio Público (Decap).
A denúncia é resultado das duas fases da Operação Genebra, deflagrada em junho. Foram cumpridos três mandados de prisão no Rio de Janeiro e nove mandados de condução coercitiva em Brasília, além mandados de busca e apreensão.
Saiba quem são os 13 denunciados
1. Fernando Cláudio Antunes Araújo, ex-secretário adjunto de Gestão da Secretaria de Saúde do DF e atual Presidente Nacional da Comissão de Finanças da Cruz Vermelha Brasileira;
2. Joaquim Carlos da Silva Barros Neto, ex-secretário de Saúde do DF;
3. Déa Mara Tarbes de Carvalho, ex-subsecretária de Programação, Regulação, Avaliação e Controle da Secretaria de Saúde do DF e ex-conselheira do Conselho de Saúde do Distrito Federal;
4. José Carlos Quináglia e Silva, ex-subsecretário de Atenção à Saúde da Secretaria de Saúde do DF;
5. Alba Mirindiba Bomfim Palmeira, ex-secretária adjunta da Secretaria de Saúde do DF;
6. Armando Assumpção Laurindo Da Silva, ex-chefe da Unidade de Administração Geral da Secretaria de Saúde do DF;
7. Fátima Celeste Araujo Borges Lima, ex-conselheira do Conselho de Saúde do Distrito Federal;
8. Maria Luzimar Nobrega De Oliveira Lopes, ex-conselheira do Conselho de Saúde do Distrito Federal;
9. Asenath Teixeira De Menezes Farinasso, ex-conselheira do Conselho de Saúde do Distrito Federal;
10. Flora Rios Mendes, ex-conselheira do Conselho de Saúde do Distrito Federal;
11. Douglas Souza De Oliveira, ex-presidente da Cruz Vermelha filial Petrópolis, atualmente detido no Sistema Penitenciário DF;
12. Richard Strauss Cordeiro Júnior, ex-presidente da Cruz Vermelha filial Petrópolis, atualmente detido Sistema Penitenciário do DF;
13. Tatty Anna Kroker, ex-tesoureira da Cruz Vermelha filial Petrópolis, atualmente detida no Sistema Penitenciário do DF.