Carina Ávila - Especial para o Correio
postado em 20/07/2017 20:21
A primeira testemunha intimada para depor sobre Luís Cláudio Rodrigues ; motorista terceirizado da Caixa Econômica Federal encontrado morto na 13; Delegacia de Polícia (Sobradinho), na última sexta-feira (14/7) ; foi ouvida pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, na tarde desta quinta-feira (20/7). Trata-se de um amigo da vítima, presente na delegacia na tarde em que o motorista foi encontrado sem vida dentro da cela. A testemunha, que tem 39 anos e preferiu não se identificar, conversou com o Correio após o depoimento.
"Contei tudo o que vi naquela tarde. Assim que cheguei à delegacia, por volta das 16h, o sargento da Rotam envolvido no acidente com Luís Cláudio veio conversar comigo e falou que o Luís estava muito alterado, por causa do álcool, provocando as pessoas, e que o escrivão teve de dar uma ;gravata; nele para colocá-lo na cela;", relata. A testemunha também confirmou o que havia sido dito por Marcos Eustáquio, 48 anos, cunhado da vítima. "Por volta das 17h, os guardas nos disseram que Luís Cláudio estava roncando, pois havia caído no sono de tão bêbado. Falei no meu depoimento que eles inventaram esse ronco, porque já vi meu compadre dormindo várias vezes e ele nunca roncou", completa.
[SAIBAMAIS]Segundo amigo da família, o delegado que colheu o depoimento estava interessado em descobrir elementos da vida de Luís Cláudio que pudessem ter motivado suposto suicídio. "Falei que descarto totalmente a possibilidade de suicídio. O Luís era muito feliz e estava cheio de planos. Falávamos em começar uma empresa de transporte juntos e ele também planejava abrir outra empresa, de distribuição, coma irmã", frisou.
Outros depoimentos
Além do amigo, foram ouvidos, nesta tarde, o sargento da Rotam Carlos Rodrigo Oliveira de Almeida, envolvido no acidente de trânsito com Luís, outros três agentes de polícia da 13; DP e o vizinho que conduziu o carro do motorista até a delegacia a pedido dos policiais que atenderam a ocorrência do acidente.
O Correio abordou os agentes que prestaram depoimento, mas eles não quiseram dar declarações. Todos afirmaram que "foram orientados pela Polícia Civil a não conversarem com jornalistas". Os agentes aguardaram do lado de fora da Divisão Especial de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), por aproximadamente duas horas até serem chamados para depor. O sargento da Rotam esperou do lado de fora com os agentes e conversou com eles por mais de uma hora.
O vizinho, ouvido por cerca de uma hora, prefere não ser identificado, mas relatou parte do que disse ao delegado da Corregedoria: "Eu não conheço o Luís Cláudio nem o policial. Só moro na mesma rua. Eu estava indo visitar minha mãe, passei por onde aconteceu a batida e os policiais me pediram para levar o Corolla para a delegacia. Não vi nada, só passei pelo lugar no momento em que precisavam de alguém para tirar o carro da rua;.