Gabriela Vinhal
postado em 24/07/2017 14:37
Com menos de 24 horas após a divulgação da campanha de financiamento online pelo Correio, Alexandre Chaves Vieira, 42, portador de duas doenças raras, comemora os R$ 5 mil arrecadados para comprar um concentrador de oxigênio portátil e, finalmente, conseguir respirar melhor. O valor corresponde a aproximadamente 19% dos R$ 27 mil que ele precisa. Ainda falta um longo caminho até que junte todo o dinheiro, mas o ato de solidariedade já o encheu de esperança para poder viver melhor.
[SAIBAMAIS] A anemia falciforme, ; uma alteração da concentração de ferro no sangue ;, e a hipertensão pulmonar, deixaram apenas 21% dos pulmões de Alexandre funcionando. Por isso, o morador do Recanto das Emas precisa ficar conectado a todo tempo no aparelho, que custa em torno de R$ 14 mil e pode melhorar consideravelmente sua qualidade de vida. Ele e a mulher, Elaine Vieira, criaram a vaquinha há cerca de 15 dias e, até o último domingo (23/7), não haviam conseguido sequer um real.
"Até ontem não tínhamos nada e agora já tem um pouco mais de R$ 5 mil. Tá sendo uma felicidade tremenda. Claro que ainda falta, mas Isso nos encheu de esperança. Somos muito gratos", celebrou o casal. A próxima consulta de Alexandre é em 7 de agosto, no Hospital de Base. Até lá, eles esperam ter conseguido toda a quantia.
Sem o concentrador, Alexandre não pode sair de casa, tampouco ir às consultas. Ele tinha um equipamento similar fornecido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), mas foi recolhido há sete meses. Atualmente, para fazer qualquer atividade fora de casa, Elaine precisa ir até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com um dia de antecedência para solicitar um respirador portátil emprestado, que só pode ficar com o casal por, no máximo, um dia. Além disso, a máquina só é capaz de oferecer oxigênio por três horas. "Vou ao hospital de ônibus e todo o processo de sair de casa até ser atendido dura muito mais que três horas", lamentou.
O concentrador de oxigênio portátil que ele precisa comprar dura até 17 horas, pesa apenas 3 kg e pode ser carregado até dentro do carro: "Vai deixar a minha vida mais fácil. Ele carrega em qualquer lugar, do jeito que estou, posso mal ir ao banheiro".
[VIDEO1]
Dificuldades financeiras
Atualmente, por depender de um aparelho que fica ligado diretamente à energia elétrica, outro problema também tira o sono de Alexandre: a conta de luz. Ele conta que após ter de usar a máquina, a fatura da energia elétrica saltou de R$ 50 para R$ 500. A Companhia Energética de Brasília (CEB) oferece um desconto de 50% sobre o valor total da fatura, como determina a Resolução n; 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Mesmo assim, a conta não cabe no orçamento da família, que vive com aproximadamente R$ 837 por mês.
A família conta com a generosidade de outras pessoas para conseguir se alimentar corretamente, comprar alguns medicamentos e pagar despesas mensais. "Às vezes alguém traz uma cesta básica para mim, ou compra um remédio, paga uma conta de água. É assim que tenho vivido", narra. Além da anemia falciforme e da hipertensão pulmonar, Alexandre já sofreu um derrame, tem necrose na cabeça do fêmur e precisa usar bengala.
Como ajudar
Criada em 6 de julho e com um vídeo que tem mais de 10 mil visualizações no Facebook, até agora a campanha ;Ajude o Alexandre a respirar; não conseguiu nem um real sequer. A tristeza é visível quando ele fala de sua condição, mas mesmo sem ter recebido ajuda em 15 dias de campanha ele não desanima. "Eu fiz um vídeo coloquei, na internet, mas ninguém me ajudou. Só visualizaram", comenta. "Eu espero que se alguém ler essa reportagem, me ajude a comprar esse aparelho", pede. Além da vaquinha on-line, a família de Alexandre também disponibiliza duas contas bancárias para quem puder contribuir.
Doações
Favorecido: Alexandre Chaves Vieira
CPF: 802.146.811-49
; Banco Bradesco
Agencia 879-6
Conta 62111-0
; Caixa Econômica
Agencia 0008
Operação 013
Conta Poupança 16667-2
Confira na integra a nota da Secretária de Saúde sobre o caso:
A Secretaria de Saúde esclarece que o paciente A.C.V. é atendido pelo Programa de Oxigenoterapia Domiciliar desde 05 de junho de 2015, quando foi instalado o Kit de Oxigenoterapia em seu domicílio, composto por: concentrador estacionário de oxigênio de baixo fluxo ; equipamento médico-hospitalar que utiliza energia elétrica para retirar oxigênio do ar ambiente ; , cilindro de oxigênio para "back-up" ; que supre a necessidade do paciente quando houver queda de energia elétrica ;, além de outros periféricos, como máscara nasal, fluxômetro, umidificador e outros. A empresa contratada também faz a manutenção preventiva, corretiva, recargas e retiradas, quando necessário.
Além do Kit Estacionário, o Programa fornece cilindros portáteis de oxigênio para deslocamentos casuais para os serviços de saúde, onde os pacientes têm a possibilidade de receber o gás medicinal canalizado, e o concentrador portátil, para deslocamentos frequentes com baterias que duram um tempo maior.
A Saúde informa que A.C.V. está dentre os mais de um mil pacientes assistidos pelo Programa de Oxigenoterapia Domiciliar. A Secretaria utiliza critérios da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para admissão de pacientes e possui, em todas as Regiões de Saúde, as Equipes de Atenção Domiciliar, que fazem a avaliação da solicitação e encaminham para autorização de implantação.
A Secretaria de Saúde frisa que o paciente A.C.V nunca ficou desassistido. Desde 2015 ele utiliza o kit estacionário, com o cilindro de back-up, instalado em seu domicílio.
A pasta esclarece, ainda, que o cilindro portátil e o concentrador portátil são equipamentos diferentes. O primeiro é indicado para deslocamentos eventuais e recarregado pela empresa prestadora do serviço de oxigenoterapia domiciliar. O segundo utiliza bateria de maior duração e é indicado para deslocamentos frequentes. No momento, está em fase de autorização a liberação do concentrador, tendo em vista a necessidade de idas frequentes à unidade de saúde onde é realizado o acompanhamento ambulatorial.