Cidades

Após desocupação de parque no Guará, famílias inteiras vivem no relento

O assentamento onde ela morava é alvo da operação de derrubada dos técnicos da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) desde 3 de julho

Ricardo Faria - Especial para o Correio
postado em 27/07/2017 15:30
Após desocupação de parque no Guará, família vive em quadra de futebol
As derrubadas para desocupação do Parque Ecológico Ezechias Heringer seguem nesta quinta-feira (27/7), no Setor de Oficinas Sul (SOF), região do Guará. Uma das famílias atingidas pela desocupação sofre para conseguir um novo local para morar. Apesar de ter direito ao aluguel social, a desempregada Rayane Cristine da Silva, 28 anos, alega que o beneficio não é suficiente. "Com o valor de R$ 600, está quase impossível alugar alguma coisa", explica.

A missão de encontrar um novo lar fica mais complicada porque Rayane tem cinco filhos ; o mais novo, com apenas um mês de vida. "Quando não negam, aumentam o valor do aluguel, e isso impossibilita", diz ela, que diz não ter conseguido vagas para as crianças nas creches públicas do Distrito Federal.

Por enquanto, Rayane mora com a família em um barraco de madeira na quadra de futebol abandonada que fica ao lado da antiga casa. "Aqui não temos água, luz e banheiro, mas não posso deixar meus filhos na rua", pontua.

O assentamento onde ela morava é alvo da operação de derrubada dos técnicos da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) desde 3 de julho. O objetivo é desocupar todo o Parque Ezechias Heringer e a Reserva Biológica do Guará. Já foram recuperados 5.296.009,24 m; de área pública.

Benefícios

A Agefis informou que, desde o início da operação no Parque Ezechias Heringer, em 9 de janeiro, tem oferecido às famílias ajuda para fazer a mudança. Entre os benefícios está o aluguel social e a inserção em programa habitacional com atendimento garantido em até 180 dias.

De acordo com os ocupantes, a maior preocupação é para onde eles serão levados. O acordo oferecido pelo governo não foi aceito, sob a alegação de que não há um local para abrigá-los imediatamente. ;Nos foi oferecido um aluguel social e, após 180 dias, a possibilidade de sermos incluídos no Morar Bem. Mas quem garante que eles cumprirão com o combinado?;, questiona Leandra Mendanha, que está no local há mais de 16 anos.
[SAIBAMAIS]A Agefis reforçou, por meio de nota, que 51 das 66 famílias que moram no local têm direito ao aluguel social. A agência completa que, até o momento, as famílias não aceitaram nenhum dos auxílios oferecidos.
Já a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos informou que já atendeu 65 famílias da Comunidade do Bananal, via CRAS Guará. A maioria recebe auxílio aluguel, por se enquadrar nos critérios da Lei n; 5.165/2013.
O governo do DF destacou ainda, por meio de nota, que a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito FederalPor parte da (Codhab) convocou para habilitação no Programa Habita Brasília daqueles que se enquadravam nas regras. Ao todo, foram convocadas 56 famílias.


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