Em uma troca de mensagens em um grupo de WhatsApp, na segunda-feira (7/8), uma pessoa que trabalha na 408 Norte se queixou de sofrer uma tentativa de roubo na quadra. O endereço é o mesmo em que a servidora do Ministério da Cultura (MinC) Maria Vanessa Veiga Esteves, 55 anos, foi assassinada durante um assalto às 23h dessa terça-feira (8). Na conversa, ele reclama de uma dupla armada com uma faca e conta que pediu ajuda da Polícia Militar, mas que o PM que o atendeu impôs dificuldades e questionou a necessidade de mandar um carro, caso os criminosos não estivesse mais lá.
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No fim do bate-papo, ele ainda se queixa. ;Eles não querem mandar. Só se realmente assaltar, matar alguém.; A vítima descreve a dupla e afirma que um deles usava roupa preta e o outro, um casaco vermelho, e que estavam com uma mochila e armados com uma faca. ;Os caras não vão embora. Pelo jeito, eles querem, eu acho que fui o primeiro que eles tentaram assaltar. Eles não conseguiram. Eles vão ficar aí, viu? Cuidado, gente, e avisem para os clientes;, alerta.
O Correio entrou em contato com a PM sobre o policiamento na região e sobre a denúncia e aguarda retorno da corporação.
O crime
[SAIBAMAIS]Maria Vanessa foi assassinada a facadas após ser roubada na quadra onde morava há dois anos. Dois homens não identificados a abordaram e levaram a bolsa e o celular da vítima. O caso é investigado por agentes da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte) como latrocínio (roubo com morte).
De acordo com as informações da ocorrência registrada na 5; DP (Área Central), Maria Vanessa Veiga estacionava o carro ao chegar ao prédio quando dois homens se aproximaram e tentaram roubar a bolsa dela. Enquanto um segurava a vítima, outro a esfaqueou pelas costas. Após o crime, os dois fugiram. Maria Vanessa morreu antes mesmo de o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegar ao local para o socorro.
Confira, na íntegra, a transcrição das mensagens de voz:
;Eu até liguei para a polícia, amigo, mas a polícia falou pra mim assim, é pra mandar gente aqui (sic)? Eu falei: ;é lógico policial;. ;Mas mandar a viatura por quê? O pessoal ainda está aí? Não está aí?; Começou a enrolar e enrolar. ;Eu falei que o negócio é o seguinte, eu vou ver se tem uma viatura na rua;. Mas eles não quiseram mandar. Estão escondidos nos blocos. São dois caras com cara muito de mala. Cuidado, gente. E a polícia, infelizmente, não quis mandar ninguém aqui.
Avisem para os seus clientes que cuidado que eles estão no bloco do lado do meu bloco, o ;E;, viu? Se algum cliente tiver estacionado o carro ali, fala para tomarem muito cuidado, que o pessoal ainda está ali.
F., um deles estava de mochila, com boné, e um de camiseta preta. Estavam muito sujos, cara de bandido, realmente, de chinelo também. O que estava com a faca estava de bermuda, de camiseta preta e calça preta. Esse com a faca estava com boné e uma jaqueta vermelha, muito, mas muito sujo mesmo, viu?
Olha, gente. Como eu falei, eu tentei ligar para a polícia. Mas o cara perguntou se era para mandar uma viatura. Eu falei que era. Aí ele perguntou onde. ;Taguatinga?; Eu disse que não, que era 408 Norte. Aí perguntaram se eles ainda estavam aqui. E ficou enrolando. É *. Eles não querem mandar. Só se realmente assaltar, matar alguém.
Os caras não vão embora. Pelo jeito eles querem, eu acho que fui o primeiro que eles tentaram assaltar, eles não conseguiram. Eles vão ficar aí, viu? Cuidado, gente, e avisem para os clientes.;