O dono do quitinete em que os suspeitos do latrocínio (roubo com morte) da analista de projetos do Ministério da Cultura Maria Vanessa Veiga Esteves é investigado pela Polícia Civil por suposta participação no crime. Glauber Barbosa da Costa, 42 anos, disse à polícia que é estudante de pós-graduação na Universidade de Brasília (UnB), onde se formou no curso de administração, e consta como empregado do MinC entre 2010 e 2015 no Portal da Transparência.
A Polícia Civil ainda averigua qual seria a participação dele no caso. De acordo com os investigadores, há suspeitas de que o local funcionaria como ponto de tráfico de drogas. Os dois suspeitos de terem matado a vítima a facadas, depois de levar a bolsa dela, um deles adolescente, foram detidos no apartamento.
[SAIBAMAIS]Agentes encontraram a bolsa e os pertences de Vanessa em um contêiner de lixo na frente do prédio comercial da 208 Norte, onde fica a quitinete na qual os três suspeitos foram encontrados e presos em flagrante. Dentro do imóvel, a polícia também encontrou a faca utilizada no crime. Segundo a PCDF, o adolescente de 15 anos desferiu a facada contra a vítima. Ele será encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). O segundo participante do crime, Alecsandro de Lima Dias, 26 anos, já tinha passagem pela polícia por roubo e furto qualificado.
O delegado da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte), Laercio Rossetto, disse que a dupla costumava praticar crimes na Asa Norte e que os dois seriam usuários de crack. Eles disseram ser "andarilhos" e afirmaram não ter residência fixa. Segundo a polícia, os dois suspeitos disseram que deixaram a quitinete antes de cometer o crime e, após o latrocínio, voltaram para lá. Imagens das câmeras de segurança confirmam a informação. De acordo com a polícia, os acusados frequentavam o apartamento para consumir drogas.
No apartamento, os policiais encontraram as roupas que os suspeitos usavam no momento do crime. Para o delegado, não há duvidas de que eles tenham cometido o ato. "Fizemos uma varredura no perímetro do crime e conseguimos encontrá-los em menos de 24 horas. Porém, as investigação ainda continuam", garante.
Ao ser abordada, Maria Vanessa hesitou em passar a bolsa. Em seguida, os suspeitos pediram a chave do carro e ela se negou a entregar, segundo o delegado. "A vítima pode ter ficado com medo de sofrer restrição de liberdade ou até mesmo de ser estuprada", comenta Rossetto. As câmeras de segurança comprovam que toda ação criminosa durou menos de três horas. A dupla saiu da quitinete por volta das 21h30 e voltou depois das 23h.
* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer