Pela segunda vez em menos de um ano, o Conselho Regional de Medicina (CRM) determina a interdição médica do Hospital Regional do Paranoá. A falta de médicos anestesiologistas levou à suspensão dos serviços. Apenas 14 profissionais fazem o trabalho no centro cirúrgico, enquanto deveria haver pelo menos 28. O pior cenário na unidade médica é no setor de ortopedia. Segundo levantamento do Sindicato dos Médicos (SindMédico), pacientes de emergência aguardam mais de 30 dias para fazer as cirurgias.
A Secretaria de Saúde transferiu os pacientes que esperam por cirurgia para outras unidades da rede pública. "O problema afeta não só o Hospital do Paranoá, mas toda a rede pública. As tentativas de solucionar a carência têm se frustrado porque as vagas que foram abertas em concursos anteriores, tanto para cargos efetivos quanto para temporários, não foram preenchidas", justificou a pasta nesta sexta-feira (18/8). Não há data para o problema ser soluconado.
Desde setembro do ano passado, o CRM monitora a situação no hospital. Há 10 meses foi pedida a primeira interdição ética na unidade de saúde. Segundo a Secretaria de Saúde, um novo concurso está sendo organizado, mas ele estará concluído no início de 2018. Na ortopedia, segundo o SindMédico, 32 pacientes estavam internados aguardando cirurgia de fraturas e procedimentos emergenciais.
[SAIBAMAIS]Durante as últimas semanas, a Secretaria de Saúde tentou evitar a interdição do hospital. A pasta argumentou com o CRM que, embora o deficit de profissionais seja uma realidade, a suspensão dos serviços causaria prejuízos para a população ainda maiores. O hospital sofre também com a falta exames de raios-X e tomografias. Além disso, antibióticos, fios cirúrgicos e luvas estão com estoque zerado, de acordo com o SindMédico.
Remanejamento
Veja como fica o atendimento dos pacientes após a interdição do centro cirúrgico do Hospital Regional do Paranoá
- O Hospital do Paranoá continuará fazendo o atendimento cirúrgico dos casos de ginecologia e obstetrícia
- Os atendimentos cirúrgicos de ortopedia serão transferidos para o Hospital Regional de Planaltina
- Os atendimentos de cirurgia-geral serão transferidos para o Hospital de Sobradinho
- Os casos de cirurgia de alto risco de obstetrícia e os pacientes antes encaminhados pela UPA de São Sebastião serão transferidos para o Hospital Universitário de Brasília