Ingrid Soares
postado em 21/08/2017 13:13
;Dezesseis anos de luta viraram cinzas em questão de minutos;. A frase da ambulante Elizabeth Pereira da Silva, 55 anos, que teve a casa completamente destruida em um resume a situação da família. Ela morava com o marido e duas filhas, de 23 e 21 anos no acampamento Tiradentes, em São Sebastião e perdeu tudo.
Elizabeth trabalha há dezesseis anos vendendo marmitex com as filhas nas quadras 10 e 15 do Lago Sul. Todo o material se perdeu, incluindo dois freezers, duas geladeiras, um fogão industrial e um fogão pequeno, além de 30 panelas grandes, armários, louças e vários quilos de alimentos.
O incêndio aconteceu por volta do meio-dia de domingo (20/8). Como o barracão onde moravam era feito de madeira, as laberadas consumiram tudo rapidamente. Nada restou da sala, que antes tinha TV e sofá. Nos quartos, apenas a lembrança de onde antes ficavam as camas, os guarda-roupas e as cômodas.
No mesmo terreno, a família criava porcos e galinhas. Por ficar em local mais afastado, eles não foram atingidos pelas chamas. O marido de Elizabeth está morando na casa de vizinhos para cuidar dos animais. O Corpo de Bombeiros e a perícia estiveram no local e as causas do incêndio ainda são desconhecidas.
A mulher conta que havia saído para almoçar na casa de uma outra filha, pois era aniversário do netinho, que acabou de completar 6 anos. Ela passou mal com a notícia inesperada. "Saí para comprar umas balinhas para enfeitar a mesa. Daí me ligaram avisando do incêndio. Não entendi o que aconteceu, não deixei nada ligado. A sorte é que não tinha ninguém em casa, mas não deu para aproveitar nada. Sabe o que é nada? No desespero, até passei mal. Tenho pressão alta e tive que ser medicada pelos bombeiros. São muitos anos de esforço. Ver tudo isso se transformar em cinzas é muito ruim. Meus olhos enchem de lágrimas só de lembrar", relata emocionada.
Elizabeth está morando na casa de uma das filhas, também em São Sebastião e planejam reconstruir o barraco. Ela tem oito filhos, e eles estão se organizando nas redes sociais para conseguir ajuda para os pais. ;Vamos ajudá-los a se reerguer e dar apoio moral. Temos que ser fortes por eles. Minha mãe está tão abalada, que não consegue comer direito. Vamos trabalhar para comprar tudo de novo, aos poucos", afirma.
Apesar da tragédia, no mesmo dia, após uma "vaquinha" feita pelos familiares, Elizabeth já estava no mercado comprando materiais para as marmitas que venderia na semana. "Não posso parar. Tenho que trabalhar. Só preciso do material mesmo, porque trabalhando, sei que consigo tudo de volta", acrescenta. Quem quiser e puder ajudar, os contatos da família são: 61 99364-8601 (Jeane) ou 98419-5980 (Jedeane)