Cidades

Operação Genebra: ex-secretário de Saúde é acusado de mentir em depoimento

A terceira fase da Operação Genebra ocorre hoje em Brasília e no Rio. Ex-secretário de Saúde é investigado por mentir em depoimento sobre fraude na contratação da Cruz Vermelha

Mariana Areias - Especial para o Correio
postado em 23/08/2017 10:50
Ex-secretário de Saúde do DF, Joaquim Barros, prestou depoimento sobre a investigação de fraude em licitação em junho deste ano
O ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Joaquim Carlos da Silva Barros, é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por mentir em depoimento sobre o esquema criminoso que favoreceu a Cruz Vermelha de Petrópolis (RJ) em um processo de licitação que escolheu a instituição para administrar Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de São Sebastião e do Recanto das Emas, no Distrito Federal. Joaquim Carlos é alvo da 3; fase da Operação Genebra, que ocorre nesta quarta-feira (23/8) em Brasília e no Rio de Janeiro.

Na ação, feita com a parceria com o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), os policiais civis cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência do ex-secretário. Segundo a investigação, há indícios de que ele tinha conhecimento do ilegítimo processo de licitação e, mesmo assim, autorizou a contratação da Cruz Vermelha Petrópolis.

Rio de Janeiro

A Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) e o MPDFT apuram a participação dos presidentes da Cruz Vermelha Brasileira e da sede da Cruz Vermelha (filial do Rio de Janeiro), Roseli Pimentel Sampaio e Luiz Alberto Lemos Sampaio, respectivamente. Eles são acusados de envolvimento na contratação fraudulenta da Cruz Vermelha Petrópolis para o gerenciamento das UPAs de São Sebastião e Recanto das Emas, em 2010.

Na época, a Cruz Vermelha Petrópolis recebeu antecipadamente dos cofres do DF a quantia de R$ 3,4 milhões, valores hoje atualizados em R$ 9,7 milhões, sem prestar qualquer serviço ao ente distrital. As ordens de busca e apreensão são cumpridas nas entidades e nas residências dos presidentes, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Objetos apreendidos

Com as ações da 3; fase da Operação Genebra, ainda em andamento, já foram apreendidos telefones celulares, computadores, pendrives e documentos. Na residência de Roseli Pimentel Sampaio foi encontrado um revólver, calibre .32. Ela foi autuada em flagrante e conduzida a uma delegacia do Rio de Janeiro.

Defesa


Por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação, a Cruz Vermelha Brasileira, defendeu que, a atual presidente da Cruz Vermelha Brasileira, Rosely Sampaio, foi eleita em 2013, ou seja, três anos após a fraude cometida pela Unidade de Petrópolis em contrato para gerenciar UPAs em Brasília. "Assim que identificou essa fraude, Rosely e o grupo atual de diretores tomaram todas as medidas para identificar e punir os responsáveis".
A instituição informou que, os valores desviados na fraude estão identificados com seus respectivos CPF e CNPJ nas mais de 70 operações bancárias rastreadas. Segundo a Cruz Vermelha Nacional, os documentos foram apenas possíveis após o empenho da atual diretoria que os entregou para o Ministério Público e Polícia Civil. "É com perplexidade que a diretoria atual, que foi efetivamente responsável por identificar, afastar os responsáveis e intervir na Unidade de Petrópolis, é literalmente arrastada sem justificativa plausível para o centro dessa investigação", detalha texto.

Sobre a arma encontrada na residência da Senhora Rosely Sampaio, a instituição detalhou que, trata-se de um objeto antigo, sem qualquer manutenção, sem munição, que pertenceu ao pai da presidente e é era guardada como um item de valor sentimental.

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