Jornal Correio Braziliense

Cidades

Doenças na Papuda: representantes dos governos local e federal se reúnem

Conselho de Direitos Humanos do Distrito Federal pede intervenção "mais incisiva" ao Governo do Distrito Federal



Os medicamentos para tratar as doenças de pele que acometem presos no Complexo Penitenciário da Papuda desde julho estão em falta. A informação consta em ofício enviado ao Conselho de Direitos Humanos do Distrito Federal (CDPDDH). O Governo do Distrito Federal, porém, nega que os tratamentos estejam interrompidos.
Ainda nesta sexta-feira (1;/9), o CDPDDH se reúne com o Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e a SES para apresentar plano estratégico de enfrentamento das doenças. O documento, de acordo com os órgãos, traçará alternativas para o tratamento em presídios em momentos de crise.
Leia mais notícias em Cidades
O presidente do CDPDDH, Michel Platini, afirma que uma funcionária da Gerência de Saúde da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) solicitou oficialmente os medicamentos à Secretaria de Estado de Saúde (SES). No entanto, a pasta informou que os remédios só chegariam em dois meses. ;A direção do presídio estava economizando para fazer melhorias no local, mas precisaram usar a arrecadação para comprar remédios;, acrescenta.
[SAIBAMAIS]Platini informou também que encaminhou um documento para o governador Rodrigo Rollemberg e para a SES logo após receber o ofício da direção do complexo penitenciário. No documento, o presidente do CDPDDH pediu uma "intervenção mais incisiva".
Nos primeiros dias de agosto, 2,6 mil internos na Papuda estavam infectados com doenças de pele, como sarna e impetigo, e micoses, como pano branco e tínea. O surto se espalhou inclusive para outras unidades, como o Presídio Feminino do DF. Não se sabe quantos presos ainda estão doentes.

GDF confirma tratamento

Em nota enviada ao Correio, a Secretaria de Saúde afirma que a Sesipe está em processo de aquisição de novos remédios para tratar os presos doentes. ;Permanecem as ações de investigação no acolhimento aos internos, bem como o atendimento rotineiro nas Unidades de Saúde em todas as Unidades Prisionais do DF;, diz o texto.

A Defensoria Pública do DF também compareceu à Papuda para verificar a situação dos presos. ;Realmente, os diretores do presídio estão fazendo o que podem para manter o tratamento. Entretanto, sem medicação, a doença vai persistir;, avalia o defensor Daniel de Oliveira Costa, do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos.

A Vara de Execuções Penais (VEP) alega que não foi notificada sobre a falta de remédios. Entretanto, informa que foi alertada sobre o assunto antes de a crise começar, em julho. Porém, devido às notícias sobre a carência de medicamentos, a juíza Leila Cury, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), pediu mais informações à SES e à Sesipe. A magistrada ainda não obteve resposta.
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer