Hellen Leite
postado em 13/09/2017 11:09
Uma mulher deu à luz em um corredor do Hospital Regional do Gama (HRG), na madrugada desta quarta-feira (13/9). Quando chegou ao local, a mãe estava com trabalho de parto avançado, e o bebê, uma menina, acabou caindo no chão no hospital. Antes, Francisca de Paula da Silva, 28 anos, tinha tentado atendimento em outro hospital, do Entorno.
Segundo o marido de Francisca, Adão Nascimento, os dois procuraram o Hospital Regional do Jardim Ingá, distrito de Luziânia (GO), mas foram informados por um enfermeiro de que o parto não poderia ser realizado ali. Eles então foram levados de ambulância até o Gama.
Apesar de o parto já estar muito avançado quando eles chegaram ao hospital do DF, Adão considera que o socorro à esposa poderia ter sido mais rápido. "Não ofereceram nem cadeira nem uma maca para poder levá-la, e a criaça veio a cair no chão quando nasceu", lamenta (assista ao vídeo).
[VIDEO1]
"Cena de horror"
Toda a cena foi presenciada e fotografada pelo analista de sistemas Adriano Carvalho, 31 anos, que acompanhava sua mulher, também em trabalho de parto. Segundo ele, Francisca chegou em uma ambulância já reclamando de muita dor, sem conseguir nem ao menos sentar.
"O marido dela foi fazer a ficha, enquanto ela gritava de dor, mas nenhum funcionário do hospital a socorreu", diz. Ainda segundo ele, depois de uns 10 minutos, a mulher reclamou que a dor estava aumentando, se desesperou e tentou entrar no corredor que dá acesso à maternidade. "Ninguém tinha aparecido até essa hora. Ela se levantou para tentar socorro e o bebê caiu no chão", lembra Adriano.
[SAIBAMAIS]O analista de sistemas conta que a cena foi assustadora. "O barulho da pancada do bebê caindo no chão foi muito alto. Foi um estrondo. E vimos muito sangue. Já estávamos aflitos e ainda presenciamos isso. Foi uma cena de horror;.
Em nota, a direção do Hospital Regional do Gama informou que a mulher chegou à unidade de saúde transferida do Hospital Regional do Jardim Ingá, no Entorno do Distrito Federal, e mãe e filha foram acolhidas por profissionais e atendidas no Centro Obstétrico. "Ambas passaram por exames e o quadro clínico é considerado bom. Ainda não há previsão de alta", afirma a nota.
Falta de maternidade e ginecologista
O Hospital Regional do Jardim Ingá justificou a transferência da paciente para o Gama por falta de maternidade e ginecologista na unidade. Segundo o diretor administrativo da instituição, Cláudio de Paula, o local só tem estrutura para fazer partos normais emergenciais. "A paciente foi atendida dentro das nossas possibilidades, mas, como não tinha ginecologista na hora, fizemos a remoção com a nossa ambulância para o Gama;, explica.
De acordo com o diretor, também não foi possível transferir a paciente para o Hospital Regional de Luziânia, no centro da cidade e o mais próximo do Jardim Ingá, por causa de uma reforma na unidade de saúde, que só ficará pronta em 2018.