Depois de 114 dias sem chuva e umidade do ar beirando os 20%, o brasiliense clama por algumas gotinhas de água sobre o Planalto Central. Mas, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno deve demorar, pelo menos, mais 10 dias para acontecer. Mesmo assim, o instituto prevê apenas uma ou duas chuvas para o mês.
"Não teremos chuva até 20 de setembro, mas, historicamente, chove uma ou duas vezes na segunda quinzena do mês no Distrito Federal", explica o meteorologista do Inmet, Hamilton Carvalho. Segundo o técnico, depois dessa data, a chuva é esperada, mas não há uma previsão oficial. Isso porque, embora a primeira chuva depois da seca aconteça sempre entre os dias 20 e 30 de setembro, só é possível prever precipitações com quatro dias de antecedência.
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Segundo Carvalho, a chuva que atinge o DF neste período do ano é, basicamente, o encontro da umidade que desce da região amazônica e se mistura com a frente fria vinda do Pólo Sul. Por enquanto, o principal motivo de ainda não ter chovido é a grande massa de ar seco, característica da estação. A boa notícia é que essa massa diminuiu de tamanho, o que já fez a água cair do céu em Rondônia e no noroeste do Mato Grosso. Sinais de que, em breve, pode haver chuva também no Distrito Federal.
[SAIBAMAIS]Atualmente, não chove em Brasília há 114 dias, e a umidade relativa do ar tem se mantido na casa mínima dos 20%, mas a cidade já teve momentos ainda mais desconfortáveis. O menor índice foi 10%, nos anos de 2002 e 2004. O maior período sem chuvas já registrado no Distrito Federal foi em 1963: 164 dias.
As recomendações da Defesa Civil e da Organização Mundial de Saúde (OMS) durante o estado de alerta de baixa umidade é que as pessoas não realizem exercícios físicos ao ar livre entre as 11h da manhã e 4h da tarde, evitem ar-condicionado - que também absorve a umidade do ar-, usem soro fisiológico para hidratar as narinas e os olhos, e, principalmente, bebam bastante água, mesmo sem estar com sede.
Crise hídrica
Com mais de 100 dias sem chuva no Distrito Federal e índices de umidade relativa baixíssimos, os reservatórios que abastecem a população da capital seguem ainda mais baixos. Desde a última chuva, em maio, o reservatório do Descoberto caiu mais de 25 pontos percentuais. Nesta semana, o reservatório de Santa Maria chegou, na tarde desta quarta-feira, (13/9), a 33,5% do volume total, enquanto o Descoberto atingiu o limite alarmante de 23,7%.
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Segundo o meteorologista do Inmet, não é possível esperar que a chuva reverta o nível dos reservatórios. "Não vivemos um período de secas longas o suficiente para culpar a falta de chuva pela crise hídrica, mas, nos últimos anos, devido ao El Niño, não temos uma frequência normal de chuvas", explica.