Onze das 13 pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada na Operação Patrick, da Polícia Civil do Distrito Federal, foram detidas nesta quinta-feira (21/9). As outras duas são consideradas foragidas. A ação desarticulou uma pirâmide financeira de venda de moedas virtuais denominada Kriptacoin, que tem o potencial de lesar 40 mil pessoas que investiram no esquema na esperança de grandes lucros em um curto espaço de tempo.
[SAIBAMAIS]Ao todo, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em 18 lugares do DF e de Goiânia. As investigações apontam que, além dessas duas regiões, a quadrilha também fez vítimas em Pernambuco. Foram apreendidos veículos de luxo, dinheiro e outros bens.
A empresa Kripta Coin Investimentos em Tecnologia Ltda ME começou a atuar em janeiro de 2017. As investigações apontam que o grupo ludibriava as pessoas com falsas promessas de lucro por meio de uma moeda não regulamentada pelo Banco Central. Uma das vantagens oferecidas aos lesados era de que o rendimento chegasse a 1% ao dia.
De acordo com o delegado da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor (CORF), Wisllei Salomão, alguns dos investigados já tinham passagens pela polícia por estelionato e quadrilha. Além disso, uma das pessoas presas tinha passagem por tráfico de drogas. "Essa moeda não era lastreada em nenhum tipo de investimento. E as pessoas acreditavam que conseguiriam obter lucros grandes, mediante essas promessas de um sistema que eles mesmo criaram de compensação", explicou.
Vítimas devem procurar a polícia
Para atrair as vítimas, os criminosos também promoviam um falso estilo de vida nas redes sociais, dando a impressão de que viviam com luxo porque tinham investido na moeda virtual. "Eles promoviam festival de música eletrônica, postavam fotos e alegavam que artistas estavam apostando na empresa. No começo, as pessoas conseguiam sacar parte do dinheiro, mas, com o tempo, eles foram dificultando esse saque", afirmou o delegado.
De acordo com o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Paulo Roberto Binicheski, há relatos de pessoas que chegaram a vender a casa para investir no esquema. Binicheski garante que o MP tem uma denúncia pronta contra todos aqueles que foram presos.
Para os que foram lesados, a polícia sugere que procurem a delegacia mais próxima para fazer a ocorrência. "Hoje, foi feita a apreensão de vários carros de luxo, quantias em dinheiro e alguns prédios de propriedade dos ;cabeças; dessa organização. Eles serão objetos de restituição das vítimas", disse o promotor. "Mas é muito provável que muita gente fique no prejuízo", admitiu.