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Prata da Casa: Marcelo Marcelino mantém o rock vivo na cidade

Inspirado por artistas como Raul Seixas, Renato Russo e Belchior, o cantor e compositor acaba de lançar seu primeiro disco solo

Letícia Cotta*
postado em 29/09/2017 12:02
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O gosto pela música começou cedo para o cantor e violonista Marcelo Marcelino, 43 anos. Ainda criança, ele se agarrava às calças do pai implorando para entrar no carro e escutar Raul Seixas, seu maior ídolo, de quem herdou o estilo roqueiro e a preocupação em compor canções contestadoras.

Uma delas é Profissão de mendigo, composta aos 17 anos e escolhida para abrir o primeiro disco solo, que leva seu nome e foi lançado este mês. ;Há um conservadorismo muito hipócrita instalado na nossa sociedade;, diz, explicando o alvo das críticas que faz na letra da canção.

Apesar do tom questionador, o artista não quer se prender a rótulos. ;Eu me controlo bastante para que meu trabalho não caia no senso comum de artista de protesto. Minhas músicas também falam de amor, de amizade e poesia, amizade;, diz. ;Eu me preocupo em passar sentimentos bons. Quero que as pessoas escutem meu som, reflitam sobre a condição humana;, explica.

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Ovelha negra


Marcelino cresceu no Jardim Ingá, distrito de Luziânia, e conta que foi um dos pioneiros do rock na região. No começo da juventude, montou bandas do estilo e integrou a Sem Destino, que conquistou importante espaço na cena local e chegou a tocar no Rock in Rio, em 2001.

Além de Raul Seixas, o artista tem grande admiração por Chico Buarque, Renato Russo, Zé Ramalho e Belchior. E, como todo bom roqueiro, é a ovelha negra da família. "Eu sou", admite. "As pessoas falam que trabalhar, estudar deve ser a meta de vida, mas eu sou aquela pessoa com o violão debaixo do braço pensando: ;Caramba;", conta, aos risos.
O cantor e compositor Marcelo Marcelino com carrtola e camisa social verde olha para a câmera

Quando perguntado sobre a importância de Brasília em seu trabalho, reflete: "Brasília foi construída para ser universal, para mostrar o que o Brasil tem de melhor. A convivência com a classe política nos faz sempre estar de mau humor ou nos sentirmos mal representados;, afirma. "A gente sempre se sente lesado, já que vê a coisa aqui de perto, lembrando que os caras que são mandados para cá são eleitos em toda parte do Brasil."

* Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende

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