Cidades

Polícia Civil prende coreógrafo culpado por estupro de incapaz

Rafael da Cruz Pimentel, mais conhecido como Rafael Pulga, era réu em processo que corria em segredo de Justiça desde 2012 e foi condenado a oito anos de prisão

Luiz Calcagno
postado em 29/09/2017 21:49

Um dançarino e coreógrafo acabou preso, na manhã desta quinta-feira (29/9) por estupro de vulnerável. Rafael da Cruz Pimentel, mais conhecido como Rafael Pulga, era réu em um processo que corria em segredo de Justiça desde 2012, e foi condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto em 2016. Desde então, Rafael era procurado.

O mandado de prisão foi cumprido por policiais civis, que encontraram Rafael no estacionamento do Instituto Federal de Brasília (IFB). Lá, ele cursava licenciatura em dança. O processo contra o artista correu na 2; Vara Criminal de Taguatinga do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. A investigação estava a cargo da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

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A denúncia ocorreu em 2012, depois que um grupo de alunas de Rafael, entre 13 e 14 anos, se queixarem dos assédios cometidos pelo professor. Ele conseguiu desqualificar a maior parte das acusações, mas acabou respondendo por abusar sexualmente de uma das jovens, dos 8 aos 12 anos. As adolescentes faziam aula no projeto de dança Rota Brasil. Uma das mães conversou com a reportagem e contou que ele tentava beijar as jovens e usava do poder como professor ;para obrigá-las a fazer o que ele queria;.

Segundo a entrevistada, ele prometia destaque nas apresentações ou as ameaçava a ficar na última fileira das dançarinas, por exemplo, caso não o beijassem. ;Na época, elas conversaram entre si e procuraram os pais. Em comum acordo, nós decidimos fazer a denúncia na DPCA. A perícia mostrou que não houve conjunção carnal com nenhuma delas e ele se livrou de parte das acusações", lembra a mãe. "As vítimas eram jovens. Amavam o que faziam. Muitas deixaram de dançar. Eu, como mãe, fiquei muito abalada. Passei a sofrer de depressão e pressão alta;, relatou.

;Ferida que não se fecha;

A mãe que conversou com a reportagem comentou o caso em tom de desabafo. Disse que Rafael, agora com 33 anos, é formado em direito. ;Ele sabia o que estava fazendo. Por ser réu primário e ter bons antecedentes, respondeu o processo todo em liberdade", lembrou. Ele foi condenado à pena mínima e no semiaberto. "De qualquer forma, eu estou satisfeita. Ele vai começar a cumprir e sentir um pouco o que aconteceu. Minha filha se fechou para os amigos, ficou dois anos sem dançar. O que acontece é que toda mulher que sofre algum tipo de violência nunca se recupera. É uma ferida que não se fecha nunca;, descreveu a mulher.

Rafael deu uma entrevista a um site especializado em dança em 2011, onde conta que era ; coreógrafo dos grupos Rota Brasil e Rota Brasil Base em tempo integral, e advogado em horário comercial. À época, ele tinha 26 anos. Em um trecho da matéria, ele se descreve como ;um cara humilde, bem-humorado, que comete muitos erros, mas tenta consertar sempre que se arrepende;. ;Na verdade, eu sou o Pulga e nem eu me entendo direito, mas as pessoas dizem que sou um cara legal;, arremata.

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