Um dançarino e coreógrafo acabou preso, na manhã desta quinta-feira (29/9) por estupro de vulnerável. Rafael da Cruz Pimentel, mais conhecido como Rafael Pulga, era réu em um processo que corria em segredo de Justiça desde 2012, e foi condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto em 2016. Desde então, Rafael era procurado.
O mandado de prisão foi cumprido por policiais civis, que encontraram Rafael no estacionamento do Instituto Federal de Brasília (IFB). Lá, ele cursava licenciatura em dança. O processo contra o artista correu na 2; Vara Criminal de Taguatinga do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. A investigação estava a cargo da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
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A denúncia ocorreu em 2012, depois que um grupo de alunas de Rafael, entre 13 e 14 anos, se queixarem dos assédios cometidos pelo professor. Ele conseguiu desqualificar a maior parte das acusações, mas acabou respondendo por abusar sexualmente de uma das jovens, dos 8 aos 12 anos. As adolescentes faziam aula no projeto de dança Rota Brasil. Uma das mães conversou com a reportagem e contou que ele tentava beijar as jovens e usava do poder como professor ;para obrigá-las a fazer o que ele queria;.
Segundo a entrevistada, ele prometia destaque nas apresentações ou as ameaçava a ficar na última fileira das dançarinas, por exemplo, caso não o beijassem. ;Na época, elas conversaram entre si e procuraram os pais. Em comum acordo, nós decidimos fazer a denúncia na DPCA. A perícia mostrou que não houve conjunção carnal com nenhuma delas e ele se livrou de parte das acusações", lembra a mãe. "As vítimas eram jovens. Amavam o que faziam. Muitas deixaram de dançar. Eu, como mãe, fiquei muito abalada. Passei a sofrer de depressão e pressão alta;, relatou.
;Ferida que não se fecha;
A mãe que conversou com a reportagem comentou o caso em tom de desabafo. Disse que Rafael, agora com 33 anos, é formado em direito. ;Ele sabia o que estava fazendo. Por ser réu primário e ter bons antecedentes, respondeu o processo todo em liberdade", lembrou. Ele foi condenado à pena mínima e no semiaberto. "De qualquer forma, eu estou satisfeita. Ele vai começar a cumprir e sentir um pouco o que aconteceu. Minha filha se fechou para os amigos, ficou dois anos sem dançar. O que acontece é que toda mulher que sofre algum tipo de violência nunca se recupera. É uma ferida que não se fecha nunca;, descreveu a mulher.Rafael deu uma entrevista a um site especializado em dança em 2011, onde conta que era ; coreógrafo dos grupos Rota Brasil e Rota Brasil Base em tempo integral, e advogado em horário comercial. À época, ele tinha 26 anos. Em um trecho da matéria, ele se descreve como ;um cara humilde, bem-humorado, que comete muitos erros, mas tenta consertar sempre que se arrepende;. ;Na verdade, eu sou o Pulga e nem eu me entendo direito, mas as pessoas dizem que sou um cara legal;, arremata.