Bruna Lima - Especial para o Correio, Walder Galvão*
postado em 05/10/2017 23:06

Sócio do clube desde 1990, o advogado Rudi Finger, 66 anos, estava confiante no resultado, porém confessou que não esperava uma vitória tão apertada. "Vencemos por 13 votos de diferença. Isso foi um alerta para mudanças, tanto que a nossa chapa perdeu. Mas com a nossa experiência e garra, vamos administrar bem o clube, finalizar as obras em andamento e priorizar a modernização do espaço", afirmou.
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Pela primeira vez, a proposta de uma chapa desvinculada das comodorias concorreu às eleições e, de cara, saiu com a vitória. "O sócio entendeu a nossa mensagem e escolheu a independência do conselho deliberativo, para que possamos administrar juntamente com a comodoria", celebrou Antônio Oscar Guimarães, membro do do colegiado eleito. Outro associado da chapa escolhida, Álvaro José Veiga, disse que o resultado vai trazer transformações positivas para o clube. "Teremos autonomia entre o conselho e a comodoria. E isso é importante. Vamos atuar juntos, sem revanchismo, fazendo o melhor possível".
[SAIBAMAIS] No dia 15 de novembro, o atual líder, Edison Garcia, entregará o mandato para a nova chapa. Após o resultado das eleições, ele comemorou o trabalho feito ao longo da gestão. "A nossa atuação foi muito positiva, principalmente quanto aos investimentos na informatização do sistema, trazendo transparência nos controles de gasto, e também quanto aos investimento em equipamentos e na infra-estrutura. Tenho certeza que este novo grupo vai continuar atuando em prol às boas causas", afirmou Edison. A partir da entrega do cargo, ele passa a integrar o Conselho Nato, uma repartição que é composta por todos os ex comodoros de forma vitalícia e que atua junto ao colegiado deliberativo.
No total, a gestão é composta pelo comodoro e dois vices, além de outros 25 membros escolhidos pela comodoria para compor a própria comissão. Já na função deliberativa, são 40 membros do colegiado, somado a outros 56 conselheiros natos.
Evento histórico
O dia de votação das tradicionais eleições do Iate Clube de Brasília foi animado. Faixas, cartazes e balões marcaram o cenário do ambiente recreativo. Os eleitores também foram caracterizados, estavam com camisetas personalizadas com os logos das chapas de preferência. Os candidatos chegaram no início da manhã para receber as pessoas que compareciam ao local. Mesmo com a rivalidade de campanha, todos deixaram a competitividade de lado e confraternizaram ao longo do dia.
A votação teve início às 9h e se encerrou às 20h. No começo da manhã, a fila chegou a dar voltas dentro do salão principal e, mesmo nos últimos minutos de votação, muitos associados ainda faziam campanhas, com balões e camisetas, em clima de festa. Na última eleição, o evento chegou a trazer 1,7 mil associados - quase 50% dos membros da instituição.

Preservar o espaço verde do clube é o desejo de muitos eleitores. O psicólogo Mauro da Rocha, 55 anos, é sócio do clube há 36 anos e conta que muitas obras ocorreram desde então. Para ele, os novos comodoro e conselho devem diminuir as intervenções no clube e apostar na vegetação. "Já temos muitos prédios e uma boa estrutura. Agora, devemos preservar o que já temos e manter o trabalho que já vem sendo realizado", comenta. O psicólogo conta que nunca perdeu um ano de eleições no clube. Para ele, o dia representa um ato de democracia para todos os associados do local. "O Iate passou por grandes mudanças ao longo dos anos. A eleição mais memorável foi a de 1992, quando o clube entrou em ascensão. Desde então, as coisas não pararam de melhorar", relata.
O membro-fundador do clube também participou das eleições. O advogado Léo Sebastião David, 87 anos, chegou no início da tarde nas instalações do clube para votar. Ele conta que participou da escolha de todos os comodoros e conselhos. "Todo ano é a mesma animação. O clima de amizade e companheirismo predomina desde sempre", diz. Natural de São Paulo, David chegou em Brasília em 1957. Ele frequente o clube todos os dias e o considera um patrimônio da cidade. "Estou muito feliz de ter participado dessa história. Todo ano acontece algo novo. Para mim, a votação mais emblemática ocorreu em 2013, quando houve empate nos votos", comenta.