Cidades

Ex-diretor de escola é acusado de estupro e venda de pornografia infantil

Segundo a polícia, o suspeito violentou ao menos dois meninos, de 13 e 14 anos, e vendia material pornográfico que exibe garotos que aparentam ter entre 10 e 17 anos

Lucas Vidigal - Especial para o Correio, Deborah Novais - Especial para o Correio
postado em 06/10/2017 08:35
Polícia afirma ter encontrado, em maio, maior quantidade de material pornográfico infantil em uma só ação
A Polícia Civil do Distrito Federal apresentou, nesta sexta-feira (5/10), o resultado de um trabalho iniciado em 2015 e que resultou na prisão de um ex-diretor de escola particular do Distrito Federal, acusado de estuprar crianças e adolescentes e de vender material de pornografia envolvendo menores.
De acordo com o delegado-chefe da 24; DP (Ceilândia), Rodrigo Viana, o suspeito, de 45 anos, violentou pelo menos dois garotos, de 13 e 14 anos, e mantinha em casa arquivos de fotos e vídeos com meninos que aparentam ter entre 10 e 17 anos. A escola em que o acusado trabalhava não funciona mais.
O material com vídeos e fotos ilegais ficava guardado em um HD externo e era vendido a pessoas em diversos estados do Brasil. Em setembro, um dos compradores, de 53 anos, foi preso em Belo Horizonte pela Polícia Civil de Minas Gerais, que também investiga o caso. Conversas telefônicas mostram que os dois planejavam uma festa com partipação de menores de idade.

Crimes desde 1998


As imagens mais antigas foram colhidas em 1998 e mostram meninos que, hoje, adultos, confirmaram para a polícia serem os adolescentes mostrados nas cenas. A polícia tem também depoimentos de dois adolescentes que contaram ter sido estuprados pelo acusado recentemente. Em um dos casos, o menino tinha 13 anos e, por isso, a acusação é de estupro de vulnerável. No outro caso, a vítima tinha 14 anos e disse ter sido coagida a manter relação sexual com o ex-diretor. Um dos crimes teria acontecido em um terreiro onde o suspeito é pai de santo.

Ainda de acordo com a polícia, para obter as imagens, o acusado oferecia dinheiro ou presentes às crianças. "Quando a criança era mais humilde, ele as abordava na rua e as convencia a passarem vídeos para ele, em troca de lanches ou de R$ 100 ou R$ 150", afirma o delegado Viana. Em alguns casos, o homem chegava a despir as crianças à força. Muitas vezes, o suspeito levava as crianças para casa, onde cometia e filmava os abusos. A Polícia Civil também acredita que um dos jovens chegou a se prostituir para o acusado.

Investigação longa


As investigações começaram em 2015, quando o suspeito foi preso por receptação de veículos, mas liberado em seguida. Fotos de crianças nuas foram encontradas no celular do acusado, o que levou a polícia a iniciar uma nova investigação, que culminou, em maio de 2017, com uma busca na casa do acusado. Na residência, estava o maior conjunto de fotos e vídeos com conteúdo explícito envolvendo menores já encontrado em uma única ação do DF.

Mesmo com a apreensão, o suspeito conseguiu ser solto graças ao pagamento de fiança. Os agentes, então, verificaram que, no período de liberdade, ele visitou diversos adolescentes solicitando que eles apagassem qualquer foto ou vídeo que o incriminasse. ;Ele bateu de porta em porta atrás das vítimas para pedir que apagassem todos os rastros;, conta Viana. Com isso, foi concedida pela Justiça, em junho, a prisão preventiva do ex-diretor, depois transformada em temporária. Desde, junho, portanto, ele está detido. A polícia acredita que o acusado tenha outro comparsa no Distrito Federal.

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