Cidades

Grileiros forjam área pública para construir condomínio irregular

De acordo com investigação da Dema, a organização criminosa pretendia tomar parte de uma área da Terracap no Jardim Botânico

Deborah Novais - Especial para o Correio, Mayara Subtil - Especial para o Correio
postado em 10/10/2017 10:08
A delegada-chefe da Dema, Marilisa Gomes, explicou detalhes do esquema
A Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) deflagrou, nesta terça-feira (10/10), operação que expôs uma organização criminosa para lavagem de dinheiro e grilagem de terras no Jardim Botânico, em uma área pertencente à Terracap. O verdadeiro objetivo, a construção de um condomínio, foi mascarado em relatório enviado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A operação ganhou o nome de Dinossauro e, segundo a polícia, o esquema já vendeu cerca de 700 lotes.
[SAIBAMAIS]A investigação aponta que os envolvidos pretendiam tomar posse de uma vasta área pública da Terracap. A operação prendeu cinco suspeitos, entre eles um ex-corretor e um ex-advogado da Terracap. Os policiais civis cumprem 14 mandados de prisão temporária e 10 de condução coercitiva. Também foram autorizados 27 mandados de busca e apreensão em diversos locais do DF, além de Unaí (MG).

O espaço no Jardim Botânico, alvo dos criminosos, fica na Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio São Bartolomeu e tem cerca de 46 hectares. A construção de ruas e o desmatamento da vegetação já provocaram danos no local. ;Apesar de o loteamento irregular ainda não estar implementado, cerca de 700 lotes já foram vendidos, cada um medindo aproximadamente 600m; e avaliados, em média, por R$ 60 mil. Verificou-se também a cobrança de taxas condominiais e taxas extras no valor de R$ 740 por mês;, explicou a delegada-chefe da Dema, Marilisa Gomes.

A operação foi batizada de Dinossauro porque os grileiros, por meio de um relatório apresentado Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), conseguiram autorização para exploração de um sítio arqueológico que alegavam existir no local, o que mascarou a verdadeira intenção dos acusados de realizar obras para a construção de um condomínio.

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