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Debaixo de sol forte e suportando altas temperaturas, mais de 80 mil religiosos acompanharam a Santa Missa e a procissão em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, nesta quinta-feira (12/10), em Brasília. O ritual marcou o encerramento do Ano Mariano e celebrou os 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora da Conceição na rede de três pescadores no Rio Paraíba.
A festa ocorre desde 1998 na Esplanada e, ao lado da celebração de Corpus Christi, é o evento que costuma reunir o maior númro de católicos no centro da capital. Este ano, o público variou entre 50 mil a 80 mil fiéis, batendo o recorde do ano passado, que teve concentração máxima de 70 mil fiéis.
Pedido pela paz
[SAIBAMAIS]O pároco da Catedral e coordenador do evento, padre João Firmino, esperava um grande público, devido ao tricentenário da aparição e, por isso, a arquidiocese planejou algumas novidades para o eevento. "Nós distribuímos lencinhos brancos para todos os fiéis, para pedir pela paz. Esta é a nossa maneira de manifestar, utilizar o local que é palco de tantos protestos, para fazer nossa própria reinvidicação: mais amor, mais paz", declarou.
Para receber o público, as equipes da Polícia Militar do DF foram reforçadas. Ao todo, 100 membros da corporação fizeram a segurança do evento. Até a última atualização desta matéria, não havia relatos de briga ou grave incidente.
Devotos
A devoção à santa se tornou tão forte que, em 1904, foi coroada e proclamada a Rainha do Brasil para os católicos. Além de padroeira do país, Aparecida também se tornou a padroeira de Brasília, sendo escolhida ainda na época da construção da capital. Depois de passar por todas as capitais do Brasil, em 1957, candangos trouxeram a imagem da santa, que até hoje está exposta na Catedral de Brasília.
Neide Augusta Brum, 62 anos, é moradora do Guará e sempre acompanha a festa de Nossa Senhora Aparecida com a família. Ela conta que a devoção começou há 13 anos, quando descobriu um câncer. "Eu pedi para a Maria Aparecida que ela parasse meu câncer, que não o deixasse se espalhar, apesar de a doença estar bastante avançada na época. Quando fui fazer a cirurgia, o tumor tinha se calcificado e não atingiu outros locais. Ela me atendeu e hoje eu estou curada", disse emocionada.
Histórias como essa são recorrentes entre os devotos: muitos relatam graças atendidas, como cura de doenças e gestações até então impossíveis. A força da fé é percebida nas lágrimas derramadas ao ver a imagem da santa ser levantada, e no terço rezado com fervor durante a procissão, à luz de velas.
Moradora de Taguatinga, Auriberta de Almeida, 73 anos, acompanhou de pé todo o ritual. "Eu não estou sozinha, Nossa Senhora está comigo e guia todos os meus passos. Tantas graças recebidas que eu nem consigo contar. Agora, eu pedi forças a ela, para que eu esteja aqui de novo, no ano que vem."