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Indicadores apontam bom momento para investir em imóveis no DF

Indicadores apontam aumento de vendas no setor imobiliário, e a construção civil programa retomada de novos projetos. Movimento reduz desemprego e setor registra 2 mil contratações em um mês

Thiago Soares, Mayara Subtil - Especial para o Correio
postado em 15/10/2017 08:00
Ivone e Lázaro pesquisaram o mercado durante um ano: imóveis novos já prontos estão mais baratos
O mercado imobiliário começa a apresentar sinais de reaquecimento. O índice de vendas voltou a subir e o setor já aposta em novas obras. Para conter o excedente e equilibrar a oferta com a procura, nos dois últimos anos, as construtoras haviam optado por diminuir os lançamentos. Agora, essa realidade se inverte. Os consumidores voltaram a procurar os imóveis para investir, atraídos pelos melhores preços e condições, e os estoques se reduzem.

De acordo com os indicadores da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o segundo trimestre deste ano registrou uma leve melhora em relação às novas unidades. No primeiro semestre de 2017, foram 228 lançamentos de casas e apartamentos novos. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-DF) também mostrou 2 mil novas contratações entre julho e agosto de 2016.

O mais recente levantamento do Índice de Velocidade de Vendas (IVV) de imóveis demonstra que a procura de imóveis no DF está mesmo aquecida. Os dados divulgados pela Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi), em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF), revelam que, em agosto, o IVV médio foi de 7,1%, o terceiro melhor de 2017.

Isso representa uma melhora, uma vez que o setor imobiliário leva em conta que o índice na casa dos 5% representa uma velocidade adequada para a venda de um empreendimento imobiliário. Os dados também mostram que, na comparação entre 2015 e 2016, houve um salto, já que o índice havia sido de 4,6%, em agosto de 2015, e de 4,4%, no mesmo mês, em 2016. O maior IVV este ano foi atingido em junho: 7,8%.


O presidente da Ademi, Paulo Muniz, explica que a queda da taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) levou investidores e compradores a mudar o comportamento em relação à economia brasileira. ;Tendo em vista que os preços dos imóveis estavam parados num patamar abaixo do praticado, alguns aproveitaram a oportunidade para comprar. Com a redução dos estoques é possível que os valores das unidades aumentem novamente;, acredita Muniz.

De acordo com o boletim da CBIC, no segundo trimestre, no DF, as vendas totalizaram 721 unidades, um aumento de 11,1% em relação ao trimestre anterior, com 562 vendas. Comparado a 2016, houve acréscimo de 48% nas vendas de imóveis novos: na planta, em construção ou prontos.

Para o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, o cenário do DF é parecido com o do restante do país. ;Estão cada vez mais reduzindo os estoques de unidades disponíveis. Isso é bom para o setor, uma vez que, vendendo os imóveis prontos, as incorporadoras reduzem as dívidas e passam a ter confiança para investir em novos lançamentos.; Se a tendência continuar, é possível que a cada mês ocorram lançamentos imobiliários, adianta.


Desconfianças


O vice-presidente do Sinduscon-DF, João Accioly, lembra que o estoque de imóveis vem caindo desde o fim do ano passado. ;O setor passou por um período difícil no fim de 2014, que se estendeu até 2016. O mercado em Brasília teve uma ascensão com o lançamento do Noroeste, mas depois a crise fez com que os investidores recuassem;, explica.

No fim do ano passado, segundo Accioly, surgiram sinais de recuperação. ;As vendas melhoraram e a expectativa é de novos lançamentos.; Ele observa que as dificuldades burocráticas para licenciamentos em Brasília traziam desconfianças ao investidor. ;A legislação era desatualizada. Agora, estamos fazendo um trabalho com o governo para solucionar todos os entraves.;

O casal Ivone de Freitas, 57, e Lázaro de Freitas, 66, pesquisou as ofertas de imóvel durante um ano. Com o tempo de pesquisa, eles conseguiram perceber que as condições e os preços foram melhorando, na comparação entre 2016 e 2017. Optaram, no fim, por um apartamento no Noroeste, ainda na planta. Parte do investimento foi garantido com a venda de um imóvel que eles tiveram dificuldade de negociar pelo preço mais alto. ;Demoramos um ano pra conseguir vender a nossa casa no Park Way. Quando abaixamos o preço, a venda foi rápida;, conta Ivone.

Depois do tempo que levou calculando orçamentos e despesas para a compra do apartamento, o casal garante que os imóveis novos já prontos estão mais baratos. ;A gente preferiu comprar na planta porque queremos o imóvel do nosso jeito. Porém, há, sim, mais baratos e novos. Quem começar a procurar neste período, com certeza acha;, comenta Lázaro, aposentado do Banco do Brasil.

É o que está fazendo o servidor público aposentado Anirton Ribeiro, 69 anos. Ele aproveita a melhora nos preços e nas condições para investir em um imóvel para os dois filhos, na quadra 102 do Noroeste. ;Aqui, eles vão ficar mais perto de tudo. Penso também na infraestrutura. Além disso, não houve ajuste. Vou aproveitar que o investimento em apartamentos está melhor;, justifica.

"As vendas melhoraram e a expectativa é de lançamentos de novas unidades"
João Accioly, vice-presidente do Sinduscon-DF


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