Jornal Correio Braziliense

Cidades

No DF, Plano Piloto é líder em casos de violência contra LGBTs, diz estudo

Plano Piloto e Ceilândia foram as regiões administrativas onde mais crimes contra a comunidade LGBT aconteceram

Para definir quais crimes seriam considerados na pesquisa, a companhia utilizou como critério o preenchimento do nome social e a orientação sexual ou a identidade de gênero das pessoas que fizeram o boletim de ocorrência. Apesar disso, a diretora de estudos e políticas sociais da Codeplan, Ana Maria Nogales, afirma que os dados poderiam ser mais precisos. ;Existe uma lacuna enorme, porque a gente sabe que muitas ocorrências contra a população LGBT não são notificadas, e outras não são definidas como crime contra essa comunidade;, comenta.

[SAIBAMAIS] A pesquisa faz uma diferenciação na porcentagem dos tipos de delitos praticados contra LGBTs em 2015 e nos 8 meses de 2016 . As denúncias de injúria registradas para a PCDF, por exemplo, aumentaram de 17,5% para 20,3%, e as de ameaça subiram de 15,9% para 17,5%. Já as de homicídios diminuíram de 1,9% para 0,9%. Completam a lista crimes como roubo, lesão corporal dolosa, furto, contravenção, delitos diversos, dano, estelionato e crimes ainda em apuração.

Vítimas

Segundo os dados da PCDF, 72,1% das pessoas LGBTs que sofreram algum tipo de crime são homossexuais. Em seguida, vêm os bissexuais, com 7,6%; os assexuais, com 3,7%; e os heterossexuais, com 2,9%. Outros 13,7% preferiram não identificar a orientação sexual. Relacionado à identidade de gênero, a pesquisa indicou que 79,9% das pessoas que fizeram a ocorrência não quiseram declarar com qual gênero se identificam. Já as travestis representam 8,6%; os transexuais 5,9%; os andróginos 4,7% e os transformistas 1%.
De acordo com os dados do Disque 100, 56% das vítimas que denunciaram por esse meio têm de 18 a 30 anos. As pessoas de 31 a 60 anos equivalem a 17% das ligações, e as crianças e adolescente, de 4 a 17 anos, representam 6%. A porcentagem restante, 22%, equivale ao número de ocorrências, nas quais o denunciante não quis informar quantos anos tinha.
*Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli