Ricardo Faria - Especial para o Correio, Isa Stacciarini
postado em 19/10/2017 06:59
Um grupo criminoso especializado em roubo de carros, sob a organização de um preso com participação no Primeiro Comando da Capital (PCC), é alvo da Operação Circuitus, da Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (18/10). A organização criminosa agia no Lago Norte, Asa Norte, Sobradinho e Santa Maria, além das regiões do Entorno de Luziânia e Valparaíso de Goiás. Eles roubavam automóveis, adulteravam sinais identificadores, falsificavam documentos, revendiam os produtos do crime em preço abaixo ao de mercado e agiam em associação criminosa armada.
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Entre os presos está o principal líder do grupo, que tem envolvimento com o PCC. Fernando Henrique de Oliveira Ribeiro, 28 anos, morava em Valparaíso (GO) e estava foragido do Presídio de Cristalina (GO) desde 2015. Ele tinha a função de atuar no ;comando-geral; do PCC no estado de Goiás. Fernando ainda tem dois mandados de prisão em aberto. Nas buscas, um carro com placa clonada e um simulacro foram apreendidos pelos agentes.
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Na ação de hoje, equipes da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) cumprem seis mandados de prisão preventiva e 10 de busca e apreensão em Sobradinho, Santa Maria e Valparaíso. Também houve a recuperação de quatro automóveis ligados ao esquema. A operação tem o apoio da Divisão de Operações Especiais (DOE) e de helicópteros da corporação.
Investigação
No grupo as funções são estrategicamente divididas, segundo a investigação, que começou há três meses. Há os responsáveis pelos roubos de carros que contam com a colaboração de outros envolvidos para ocultar esses veículos em casas de familiares, nas regiões do Entorno do DF, principalmente em Valparaíso. São nesses lugares que a adulteração acontecia.
[SAIBAMAIS]Enquanto os automóveis são mantidos nesses endereços, outros criminosos providenciavam a falsificação dos documentos, que eram de outro estado. Os dados para a troca são obtidos com outros criminosos, que têm a facilidade de preparar os novos documentos. No fim da cadeia criminosa, esses veículos são vendidos a terceiros ou eles mesmos passam a utilizá-los para cometerem outros crimes. Fernando era um dos que agia na etapa de falsificação desses dados. Segundo o coordenador da DRFV, delegado Alexandre de Araújo, na maioria das vezes, os carros eram oferecidos pelas redes sociais e revendidos para pessoas que sabiam da clonagem.
Todos os envolvidos têm passagem por roubos, porte de arma, receptação e, alguns, por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e corrupção de menores. Pelos novos crimes, eles vão responder por associação criminosa armada, roubo circunstanciado, receptação, falsificação de documento público e adulteração de sinais identificadores.