Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 19/10/2017 14:19
Pela primeira vez, o nível da barragem do Descoberto, reservatório responsável pelo abastecimento de cerca de 65% do Distrito Federal, ficou abaixo do valor mínimo estipulado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). A resolução do órgão previa limite mínimo de 11% para esta quinta-feira (19/10), quando o reservatório chegou aos 10,5%.
[SAIBAMAIS]A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) afirmou que não tomará novas medidas agora. ;Não quer dizer que não estamos preocupados. A situação continua sendo muito complicada. Estamos planejamento algumas medidas, mas que serão instauradas só se os reservatórios ficarem abaixo da meta mensal para outubro, que é de 9% para o Descoberto;, conta Mauricio Luduvice, presidente da Caesb.
As metas da curva de acompanhamento da Adasa são estipuladas a partir de parâmetros predefinidos, como vazão dos afluentes e captação de água pela Caesb. No começo da semana, o governador Rodrigo Rollemberg se encontrou com representantes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para apresentação do quadro climático do DF para os próximos meses. Pelas redes sociais, anunciou que os dados serão usados em encontros com a Adasa e Caesb para avaliar as próximas medidas para o DF. ;Neste momento, é importante que todos tenham muita consciência e cuidado no momento do consumo de água;, declarou
Novas captações
Para diminuir a demanda dos principais reservatórios do DF, a Caesb inaugurou no começo do mês o Sistema de Captação do Lago Norte, e colocará em operação uma nova captação em 30 de outubro. O sistema do Bananal entrará em funcionamento mesmo antes das obras estarem finalizadas, como uma ação emergencial de combate a crise hídrica.
Em 26 de setembro, o Descoberto chegou ao menor nível da história e, desde então, vem diariamente batendo novos recordes negativos. Não existe previsão de chuva até o próximo domingo (22/10), segundo o Inmet, o que complica ainda mais a situação hídrica da capital.