Cidades

Polícia abrirá inquérito para investigar causas de incêndio na Chapada

Diretor do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Fernando Tatagiba, não duvida de interferência humana no caso. Fogo já consumiu 26% da área total da unidade

Jéssica Eufrásio*, Ricardo Faria - Especial para o Correio
postado em 24/10/2017 21:20
Bombeiros, brigadistas e voluntários tentam conter chamas que atingem diferentes regiões do parque há duas semanas
A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), por meio da 1; Delegacia de Formosa, abrirá, nesta quarta-feira (24/10), um inquérito para investigar as causas do incêndio que atinge o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros há mais de dez dias.


Até o momento, dos 240 mil hectares, 62.172 mil foram destruídos, o equivalente a 26% da área total da unidade, composta por campos, veredas, cerrado e florestas. Cerca de 200 pessoas trabalham na contenção das chamas.

[SAIBAMAIS] De acordo com José Antônio Sena, titular da 1; Delegacia de Formosa ; também responsável pelos municípios de Alto Paraíso, São João da Aliança e o distrito de São Jorge ; a PCGO adotou previdências preliminares para a avaliação da área afetada. Por se tratar de um parque nacional, o caso ficaria sob responsabilidade da Polícia Federal. No entanto, como Goiás não conta com filial da instituição, a Polícia Civil do Estado atua como subsidiária nas investigações.

;Iniciamos as investigações pela presença cada vez maior de indicativos de prática criminosa. Contudo, nada impede que a Polícia Federal disponibilize uma equipe especializada em crimes ambientais para atuar na área. Isso não costuma acontecer por não haver unidade federal na região, mas, caso desloquem uma equipe, sem dúvida encaminharemos nossos relatórios a eles;, afirmou.

José acrescenta que a PCGO enviou agentes ao parque para avaliarem a área com base nas informações iniciais. "Como os indicativos estão apenas aumentando, abriremos o inquérito com base no relatório dos policiais que estiveram no local. Depois da investigação, acionaremos a perícia para constatar onde o fogo se iniciou e, a partir daí, tomaremos as medidas cabíveis para tentar descobrir quem foi o responsável por ele;, explicou José Antônio.
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O diretor do parque, Fernando Tatagiba, informou que não houve comunicação formal do crime à PCGO e que a iniciativa de investigar partiu da própria polícia. ;Ainda não há quem autuar. Estamos avaliando a demanda, mas, muito provavelmente, será realizada uma perícia para determinar o local e a origem do incêndio e, eventualmente, buscar a identificação do autor;, detalhou Tatagiba.

Ele disse acreditar que apenas uma perícia na área comprovará a prática do delito. ;Quando afirmei que o incêndio foi criminoso, me baseei na Lei de Crimes Ambientais, que prevê pena por danos à vegetação natural causada de forma culposa ou dolosa. Em outras palavras, mesmo que seja acidental, a queimada se trata de um crime. Oportunamente as causas serão esclarecidas e os responsáveis serão descobertos;, salientou.
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* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli

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