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Futuros empreendedores fazem brigadeiro gourmet em oficina na UCB

Oficina do curso de gastronomia, da Universidade Católica de Brasília, mostrou as versatilidades do doce brasileiro que pode ser usado como fonte de renda

Mayara Subtil - Especial para o Correio
postado em 28/10/2017 10:00
Ex-alunos do curso de gastronomia, da Universidade Católica de Brasília (UCB), campus Taguatinga, mostraram as versatilidades do brigadeiro
Fazer brigadeiro pode parecer simples. Basta a mistura tradicional de uma colher de manteiga, leite condensado e achocolatado. Porém, a receita brasileira mais famosa do mundo tem ganhado novos formatos. O doce tem saído da singela panela com colher para virar negócio. Os sabores? Leite em pó, ovomaltine, chocolate branco, limão e até churros. Na tarde desta sexta-feira (27/10), ex-alunos do curso de gastronomia da Universidade Católica de Brasília (UCB), campus Taguatinga, mostraram as versatilidades do brigadeiro. Não só pelo gosto, mas também como fonte de renda.


A aula era destinada para 15 futuros empreendedores. Em meio ao cuidado com as panelas, a atenção fixa para não perder o ponto certo. No esforço braçal, era possível perceber, nos olhos dos alunos, o sonho de que o negócio, um dia, pode dar certo. ;O brigadeiro é pequeno para quem pensa pequeno. Conseguiremos fazer algo grande se pensarmos que o brigadeiro pode ser grande. E ele é;, observou o consultor de marketing Francisco Neto, 65 anos, que fez questão de pôr a mão na massa para não perder nenhum ensinamento.

Mariluzia Ribeiro, 53 anos, não desviava a atenção do brigadeiro de leite ninho nem por um segundo. Moradora do P Sul, ela deseja aprender mais receitas para complementar a renda, já que o trabalho como zeladora não é suficiente. ;A gente tem que fazer de tudo, né, ainda mais hoje em dia, passando por essa grave crise econômica. Eu sabia como fazer brigadeiro, mas nunca pensei que era possível com outros sabores;, admitiu.

O curso

Os chefs Thales Alves, 24, e Quélrie Lôpo, 25, ex-alunos de gastronomia da Universidade Católica de Brasília, comandaram a aula. A oficina foi dividida em duas partes. A primeira mais teórica, onde ambos contaram a história do brigadeiro, sobre as receitas que prepararam, bem como dicas sobre a confecção do doce - caso seja preparado na medida certa, lacrado em uma travessa de vidro e fechado com papel filme e tampa, pode durar, em médias, dez dias refrigerado. A segundaparte foi prática. Os alunos divididos em quatro grupos prepararam as seguintes receitas: brigadeiro de chocolate meio amargo, de leite em pó com nutella, de ovomaltine e de churros.
Mayara Subtil/Esp. Correio

Os ex-estudantes da UCB atuam no mercado de trabalho e entendem bem de empreendedorismo muito antes de terem se formado, no início do ano. Thales, por exemplo, dedica-se, atualmente, à pesquisa gastronômica. Participou, em setembro deste ano, da 8; edição do evento gastronômico Chefs nos Eixos. Apesar de ter conduzido positivamente a aula, citou que prefere as massas. Para ele, o mais difícil de tudo é acertar o ponto do molho. ;As pessoas costumam ter o que chamamos de ;memória gustativa;. Ou seja, nós lembramos com carinho dos lugares onde a comida era sensacional. Se eu erro no molho, erro no prato inteiro;, explicou o chef.

Além da aula de brigadeiro, Thales administrou consultoria sobre como é possível empreender vendendo os doces. Ele ressaltou que, com planejamento, técnica e limpeza, um simples brigadeiro pode se tornar um negócio bom e conhecido. ;Essa é a base. Hoje, estamos na chamada ;onda da gourmetização;, ou seja, reinventando mais e mais receitas básicas. Sabendo empreender, o negócio vai longe;, acrescentou.

O mundo de Quélrie Lôpo envolve bolos e doces. Além disso, gosta de fazer grandes jantares e cuidar de festas. Para ela, tudo é aprendizado. ;Já teve jantar que fiz em residências muito finas, o que me exigiu o máximo de cuidado. Lembro que não recebi nada por isso, mas estava feliz. O que importa é fazer contatos e as pessoas te conhecerem mais;, assegurou a chef.

Além de brigadeiro, a coordenadora do curso de gastronomia, Luli Neri Riccetto, confirmou que a UCB também disponibiliza oficinas de pasta américa, risoto e panificação. Ela assegura que esse é mais um passo para ajudar pessoas a buscarem novas alternativas de negócio. ;Cozinhar é questão de prática. Basta ser dedicado e acreditar que é capaz. Se pudermos ajudar, será lucro;, disse Luli.

Para saber mais

Normalmente, costuma-se acrescentar a manteiga ainda fria junto ao leite condensado na panela. Segundo o chef Thales Alves, isso é errado e bastante comum nas famílias brasileiras. Além do ponto demorar a ficar bom, não dá cremosidade ao brigadeiro. ;Tem que aguardar derreter primeiro e juntar com o leite. Se não for assim, não há fusão entre eles. E ensina: é uma colher rasa e não cheia de manteiga. Precisa ser rasa. As chances de dar errado são remotas;, garante Thales.



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