Walder Galvão*
postado em 31/10/2017 06:00
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A seca está indo embora, a cidade começa a esverdear com as chuvas e outras tonalidades de cores surgem com vigor e beleza. Tons de vermelho, laranja e amarelo passam a fazer parte das vias e alamedas brasilienses. Está aberta a temporada de flamboyant! A árvore natural da
ilha de Madagascar está presente no cenário brasiliense desde a década de 1960. Responsáveis por produzir sombra e arborizar os espaços públicos, as mais de 7 mil árvores jovens e adultas plantadas no Distrito Federal, segundo levantamento da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), começam a florir. Toda segunda-feira, o Correio vai publicar as melhores fotos captadas pelos leitores dessas belas espécies no Instagram do jornal. Para participar, basta publicar uma foto de sua autoria de um flamboyant com a hashtag #MissãoFlamboyant na sua própria rede social.
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O nome flamboyant é de origem francesa e está relacionado à cor da floração vermelha amarelada, que lembra uma chama. No Plano Piloto existe pelo menos um exemplar em cada superquadra. A maioria está concentrada nas quadras 209, 210 e 211 Sul, no Zoológico, na região da Universidade de Brasília e no Eixo Monumental.
Para cultivar o flamboyant, é necessário ter um grande espaço. Especialista de engenharia florestal e professora do curso de engenharia e arquitetura do Centro Universitário Iesb, Roberta Maria Costa Lima explica que as raízes do espécime podem quebrar a calçada e danificar até mesmo as edificações. ;O flamboyant deve ser plantado com no mínimo cinco metros de distância de qualquer construção. Elas devem ser cultivadas em fazendas ou terrenos com um grande espaço. Não há segredo para cuidar deles, já que se adaptam bem ao cerrado local;, explica.
Floresta
Para os brasilienses, o flamboyant carrega diversos significados. O aposentado Francisco dos Santos, 73 anos, acompanhou a arborização de Brasília e viu os primeiros flamboyants florescerem. Ele chegou à capital do país há cerca de 50 anos. ;Lembro-me que todas as árvores não passavam de pequenos tocos. Ajudei na construção de prédios da Asa Sul e vi ipês e flamboyants crescendo;, afirma. Para ele, as árvores características de Brasília viraram um cartão postal, igual o Lago Paranoá ou a Esplanada dos Ministérios. ;Vim do Amapá e vi o Plano Piloto se tornar uma cidade dentro de uma floresta;, diz. Francisco mora na Vila Telebrasília, mas vai frequentemente até a Asa Sul para aproveitar a paisagem das árvores.
As árvores da capital do país também são alvo daqueles que buscam os cliques fotográficos. O fotógrafo Rodrigo Soares, 36 anos, conta que os ipês e os flamboyants são os preferidos para aqueles que contratam o serviço dele. ;Nesta época, faço vários ensaios de casais e de noivas. Eles pedem para irmos até as árvores para fazer o trabalho. As flores dão até um ar de romance;, explica.
Quem sai das regiões administrativas para trabalhar na área central de Brasília tem um agrado diário no caminho do trabalho. A diarista Genivalda Monteiro, 56 anos, conta que a paisagem de flamboyants da Octogonal, local onde trabalha, amenizam a rotina do dia. ;Entro no serviço às 7h. Quando desço do ônibus, já sinto uma paz. A natureza é capaz de dar um sentimento tão belo e gratuito para gente;, reconhece. A diarista mora no Recanto das Emas e lamenta não ter exemplares dos espécimes na região.