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Prata da Casa: Rick Márcio encanta com violão erudito nas ruas de Brasília

Professor, aluno e músico, Rick Márcio se divide entre várias atividades, sempre encontrando tempo para alegrar os pedestres da capital

Victória Fernandes*
postado em 03/11/2017 15:00
Autodidata, Rick toca desde os dez anos de idade:

São muitos os músicos que se apresentam em frente ao shopping Conjunto Nacional, mas passa com frequencia pelo local já deve ter ouvido a música marcante do violonista Rick Márcio Pereira, de 32 anos. Rick é uma pessoa incomum: não possui redes sociais, televisão, não costuma se atualizar pela internet, e muito menos tem seus trabalhos divulgados na mesma. Para vê-lo tocar, o jeito mesmo é contar com a sorte, e talvez essa seja a graça de seu trabalho, a beleza do inesperado.

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Resultado de influências incomuns, como os violonistas Paco de Lucía, Yamandu Costa e Heitor Villa-Lobos, o músico paraense se dedica ao violão erudito. Suas composições instrumentais são inspiradas em ritmos estrangeiros como música flamenca e árabe, e também passeiam por arranjos mais familiares aos nossos ouvidos, como música clássica, bossa-nova, carimbó e chorinho.

Autodidata, Rick toca desde os dez anos de idade: "Violão é uma coisa de família. Meu pai tocava, meu avô tocava. Está no sangue", orgulha-se. Em 2008, ele deixou Belém e seguiu para Brasília, na esperança de que essa mudança lhe gerasse oportunidades fora do Brasil: "Fiquei um tempo no Egito estudando árabe, o que também influenciou na minha música. Gosto muito de improvisar com as escalas do alaúde." Após essa temporada, Rick retornou a Brasília em 2015, onde começou, de fato, a estudar. Hoje ele se divide entre o curso superior de administração, o trabalho como professor de violão, o estudo do instrumento na Escola de Música de Brasília e, ainda, consegue encontrar um espaço na agenda para apresentações na rua.

Mas porquê o músico faz tanta questão de conceder essas apresentações? A resposta é simples: "Gosto dessa coisa de ter povão, do calor humano. Também é importante levar alegria ao outro, edificar a vida das pessoas. As vezes, a pessoa que está passando ali teve um dia ruim, e ao ouvir a música, você percebe o semblante mudando na hora, se ilumina. É importante para mim fazer o bem", completa. A música também sempre foi uma espécia de terapia: "Me dá alegria. Sempre senti como um momento de reflexão", afirma. Humilde, Rick se descreve como uma pessoa de fé e, quando questionado sobre suas expectativas para o futuro, ele responde: "O futuro pertence a Deus. Espero ser um cidadão melhor e ajudar a construir um país melhor."

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*Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão.

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