Consternação, tristeza e revolta marcam o velório da estudante Raphaella Noviski, 16 anos, nesta terça-feira (7/11). Nesta manhã, cerca de 2 mil pessoas participavam da despedida na Igreja Assembleia de Deus Madureira, em Alexânia (GO), entre ontem hoje. A jovem foi vítima de feminicídio e morreu ao ser baleada 11 vezes por Misael Pereira Olair, 19, dentro da sala de aula, na Escola Estadual 13 de Maio, às 7h20 de ontem. A previsão é de que o corpo da estudante siga em direção ao Cemitério Campo da Saudade, onde será enterrado.
[SAIBAMAIS]Durante todo o velório, que começou por volta das 20h de segunda-feira (6/11), a família permaneceu ao lado do caixão da jovem. O prefeito da cidade, Allysson Silva Lima (PPS), participou do funeral nas últimas horas de ontem. Ele decretou luto oficial de dois dias por causa da barbárie.
Antes do enterro, um cortejo a pé levará o corpo por cerca de 2,5km pela pequena cidade, cuja população não passa de 27 mil habitantes. Integrantes da igreja frequentada por Raphaella, amigos e familiares planejam soltar balões brancos para homenagear a estudante e pedir paz.
Indignação
A revolta com a frieza de Misael Pereira Olair também marcou o velório de Raphaella. Amigos e família não entendem o porquê da crueldade do assassino, que resolveu matá-la pelo fato de ter sido rejeitado pela jovem. "Ele (Misael) destruiu um sonho num ato frio e covarde. Espero que ele pague pelo que fez", lamentou Alex dos Santos, 26 anos, amigo de igreja da jovem.
Segundo relato de uma prima de Raphaella, o rapaz chegou a ameaçar a estudante, por telefone, horas antes do assassinato. Em entrevista do Correio na segunda-feira, "Ele já a ameaçava desde o ano passado. Quando foi hoje cedo (ontem), ela recebeu uma ligação e ouviu: ;Está preparada?;. Aí, logo em seguida, ele desligou;, afirmou a jovem, que preferiu não se identificar.
Raphaella morava com a avó e, em outra ocasião, Misael ameaçou entrar na casa da menina com uma faca. ;Ela não procurou a delegacia porque pensou que isso fosse acabar. No ano passado, ele foi à casa da minha avó ameaçando entrar dentro com faca. Minha avó é cadeirante, ficou desesperada. E meu tio ameaçou ligar para a polícia se ele continuasse indo para lá", contou a prima da vítima.