Cidades

Moradores sobem em terraço de casa para protestar contra Agefis

Pelo menos três famílias alegaram morar dentro da área de 1,6 mil metros quadrados, onde foram construídas 9 edificações de dois pavimentos

Deborah Novais - Especial para o Correio
postado em 07/11/2017 12:34

Moradores sobem em terraço de casa em construção na Colônia Agrícola Samambaia, em protesto contra operação de derrubada da Agefis

Moradores de um lote na rua 2 da Colônia Agrícola Samambaia subiram em um terraço para tentar impedir uma operação da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) na manhã desta terça-feira (7/11). Segundo relatos de moradores, pelo menos três famílias moravam dentro da área, que foi alvo de derrubada.

De acordo com a Agefis, a ação é resultado de um parcelamento irregular. Em um lote de 1,6 mil metros quadrados, foram construídas nove edificações de dois pavimentos. Porém, após a regularização, só poderia ser construída uma casa. O local já estava embargado e recebeu multas no valor de R$ 3,6 mil por descumprimento de embargo.

Protesto durante operação de derrubadas da Agefis

Impostos

A equipe do Batalhão de Choque entrou em ação para controlar o confronto. "Vão ter que me tirar à força, a gente pagou imposto", gritou um dos moradores de cima do telhado.

O gerente de empresa Edson Araújo, 41 anos, alega morar na casa há um mês e reclama de que não foi notificado sobre a operação. "Eles não deram nem um prazo para conseguir uma liminar. Eles estão usando da força para derrubar. Na minha família, são seis pessoas, e, quando eles chegarem, não vai ter nada aqui. Vamos dormir na rua", disse.

O dono do lote, Sérgio Bernades de Oliveira, 47 anos, disse que foi avisado pela Agefis sobre a derrubada um dia antes, mas que não recebeu nenhuma notificação demolitória. Ele abriu uma liminar contra a ação, que será julgada ainda nesta terça-feira. Ele alegou que tem todas as documentações de compra e regularização do terreno. "Eu paguei R$ 1,5 milhão nisso tudo. Eu tenho aqui as provas", afirmou.

O comerciante também alegou ter sido chamado de estelionatário injustamente por uma funcionária da Agefis e de ter sido extorquido. "Houve pedido de extorsão desde que eu comecei as obras, houve durante. Eu fui extorquido meia hora antes da demolição, no valor de 300 mil. Mas eu não tinha o dinheiro", disse.

A Agefis negou que havia pessoas morando nos prédios derrubados. Segundo a agência, móveis e eletrodomésticos foram apreendidos porque ninguém se identificou como dono dos bens. Um carro que estava no local também foi recolhido pelo Detran.

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