Cidades

Polícia Civil deflagra operação contra divisão irregular do solo

As operações Ponte Alta 5 e Morro da Cruz 2 têm o objetivo de reprimir a divisão irregular do solo para fins urbanos em chácaras localizadas em São Sebastião e Gama

Yasmin Cruz*
postado em 08/11/2017 10:30
Materiais apreendidos nas operações e que comprovam a grilagem de terras, segundo a Polícia Civil
A Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) deflagrou, na madrugada desta quarta-feira (8/11), as operações Ponte Alta V e Morro da Cruz II. A ação mira um grupo de cerca de 30 pessoas acusado de parcelamento irregular de terras (conhecido como grilagem) em regiões do Gama e de Sebastião.


Em São Sebastião, a ação aconteceu nas áreas de Morro da Cruz, Recanto da Conquista, Zumbi dos Palmares e Capão Comprido. Já no Gama, as chácaras ficam na Ponte Alta. Segundo as investigações, essas áreas são públicas e os chacareiros tiveram a concessão de uso para plantio, mas elas foram vendidas visando o lucro pessoal.
A ação contou com o auxílio de policiais de outras delegacias especializadas da Polícia Civil, que cumpriram 13 mandados de busca e apreensão domiciliar, sendo sete em São Sebastião e seis no Gama, além de condução coercitiva. Um dos chacareiros de São Sebastião foi conduzido à Dema, localizada na sede da Polícia Civil, em Brasília, para prestar depoimento.
Meio ambiente

Segundo a delegada-chefe da Dema, Marilisa Gomes da Silva, todas as áreas são públicas, pertencentes à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), mas as chácaras situadas em São Sebastião fazem parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio São Bartolomeu, onde há nascentes. "Esse local é ambientalmente sensível, os envolvidos poderão responder também por crime ambiental", afirma.

[SAIBAMAIS]Com as buscas, foram apreendidos celulares, notebooks, faixas e placas usadas para a divulgação da venda e documentos. Algumas moradias estão consolidadas, com pessoas morando, e outras estão em processo de construção. Após a conclusão das investigações, os envolvidos poderão ser indiciados e responder pelos crimes de associação criminosa voltada para o parcelamento irregular, dano ambiental e lavagem de dinheiro. As penas somam 23 anos.

Em São Sebastião a área é de dois hectares, com 80 lotes de 200 metros quadrados, vendidos por R$ 20 mil cada, o que totaliza R$ 1,6 milhão. No Gama, também são dois hectares, com 20 lotes de 800 metros quadrados vendidos por R$ 70 mil. O lucro foi de R$ 2,4 milhões. A ação de hoje, de acordo com a Polícia Civil, foi para colher provas para o indiciamento, comprovar o vínculo entre os indivíduos e a prática do crime. Totalizam seis inquéritos, que variam de 2014 até este ano.
*Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende

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