Cidades

Sindmetrô confirma greve a partir de 0h desta quinta-feira

A indicação do sindicato é de que 100% dos empregados paralisem os serviços de metrô nesta quinta. Categoria pede reajuste salarial e convocação dos aprovados no último concurso

Gabriela Sant'Anna - Especial para o Correio
postado em 08/11/2017 16:30
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô/DF) confirmou a deflagração da greve a partir da 0h desta quinta-feira, conforme decidido pela categoria em assembléia geral, realizada no último domingo (05/11) na Estação Praça do Relógio, em Taguatinga. Assim, a partir de 0h, as linhas do metrô não funcionarão. Os metroviários farão mais uma reunião hoje, às 20h, para organizar o movimento. A categoria somente decidirá amanhã se a paralisação de 100% do efetivo se extende até sexta-feira (10/11) ou se irão rodar com apenas 30%.

A greve será deflagrada para exigir a convocação dos aprovados no último concurso e a data-base, segundo acordo firmado em 2015. Na ocasião, o GDF se comprometeu a implementar reajuste salarial de 8,4% conforme Índice de Preço ao Consumidor (INPC) e a convocar 320 novos servidores para posse e mais 301 para formação de cadastro reserva, assim que o DF saísse do Limite Prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. O fato aconteceu no dia 29 de setembro, mas o acordo não foi cumprido.
Em nota, o Sindmetrô pediu o apoio da população. "Pedimos a compreensão e o apoio da população nesta luta que tem o intuito, antes de mais nada, de melhorar o atendimento prestado aos usuários deste sistema de transporte que vem sendo cada dia mais sucateado e esquecido por este governo que insiste em priorizar comissionados e contratos terceirizados", enfatiza o texto. A categoria afirma que já está há mais de três anos sem ter reposição de perdas salariais referentes aos índices inflacionários.

"É fato que vivemos um período de recessão em esfera nacional e que por conta de vários fatores ocorridos no meio político/empresarial estamos pagando um alto preço pela corrupção e desgoverno. Por isso, não podemos nos calar diante destas tentativas de precarizar cada vez mais este meio de transporte que já faz parte da vida cotidiana de nossa cidade. Portanto, é bom frisar que o nosso intuito não é, e nunca será, o de prejudicar esta população".

O GDF disse, em nota, que enfrenta dificuldades para ajustar as contas públicas e "não tem condições financeiras para conceder reajustes aos servidores, situação esta que levaria à condição encontrada no início da atual gestão, de absoluto descontrole de gastos. Ou seja, a concessão de reajuste implicará em dificuldade para honrar salários e pagamentos de fornecedores e prestadores de serviços essenciais. A pasta informou ainda que adotará as medidas judiciais cabíveis para enfrentar as greves.

Elessandra Ribeiro, 39 anos, trabalha em um hospital e utiliza o metrô como meio de transporte diário. Apesar de concordar com as exigências, ela acredita que, com a greve, terá problemas em sua rotina. "Eu sou a favor da paralisação pelo fato de que o atendimento das exigências implicará na melhoria do serviço. Eu, como usuária, notei uma queda na qualidade nos últimos anos. Mas amanhã será um caos para chegar e voltar do trabalho, os ônibus provavelmente não conseguirão atender a demanda", lamenta.

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